Analistas também previram uma queda maior do PIB neste ano.
Números foram divulgados nesta segunda-feira pelo Banco Central.
Os economistas das instituições financeiras previram menos inflação para este ano e para 2017, além de um “encolhimento” maior do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016.
As expectativas foram coletadas pelo Banco Central na semana passada e divulgadas nesta segunda-feira (10), por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. Mais de 100 instituições financeiras foram ouvidas.
A estimativa do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano recuou de 7,23% para 7,04% na semana passada. Foi a quarta queda seguida do indicador. Mesmo assim, permanece acima do teto de 6,5% do sistema de metas e bem distante do objetivo central de 4,5% fixado para 2016.
Para 2017, a estimativa do mercado financeiro para a inflação recuou de 5,07% para 5,06%, informou o BC. Deste modo, permanece abaixo do teto de 6% – fixado para 2017 – mas ainda longe do objetivo central de 4,5% para o IPCA no período.
Recentemente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice de Preços ao Consumidor – a inflação oficial do país – somou 0,08% em setembro, o menor para este mês desde 1998. Já em 12 meses, a IPCA ficou em 8,48%.
O BC tem informado que buscará “circunscrever” o IPCA aos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2016 (ou seja, trazer a taxa para até 6,5%), e também fazer convergir a inflação para a meta de 4,5%, em 2017.
Produto Interno Bruto
Para o PIB de 2016, a previsão do mercado financeiro passou de um encolhimento de 3,14%, na semana retrasada, para um “tombo” maior, de 3,15% na última semana.
Com a previsão de um novo encolhimento do PIB neste ano, essa também será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de queda no nível de atividade da economia – a série histórica oficial, do IBGE, tem início em 1948. No ano passado, o recuo foi de 3,8%, o maior em 25 anos.
Para o comportamento do Produto Interno Bruto em 2017, os economistas das instituições financeiras mantiveram sua previsão de alta em 1,30% na semana passada, informou o BC.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.
Taxa de juros
O mercado financeiro manteve, na última semana, a previsão para a taxa de juros no fim de 2016 em 13,75% ao ano. Atualmente, os juros estão em 14,25% ao ano. Com isso, a estimativa do mercado é de corte dos juros até o fim de 2016.
Já para o fechamento de 2017, a estimativa para a taxa de juros ficou estável em 11% ao ano – o que pressupõe uma queda maior dos juros no ano que vem.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, a instituição tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados.
As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços. Quando julga que a inflação está compatível com as metas preestabelecidas, o BC pode baixar os juros.
Câmbio, balança e investimentos
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2016 ficou estável em R$ 3,25. Para o fechamento de 2017, a previsão dos economistas para o dólar permaneceu em R$ 3,40.
A projeção para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2016 caiu de US$ 49,5 bilhões para US$ 49,2 bilhões de resultado positivo. Para o próximo ano, a previsão de superávit caiu de US$ 45,9 bilhões para US$ 45 bilhões.
Para 2016, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil permaneceu inalterada em US$ 65 bilhões e, para 2017, a estimativa dos analistas continuou também em US$ 65 bilhões.