DO RIO
Alguns números de financiamentos de instituições financeiras privadas e do mercado de capitais mostram que o BNDES começou a obter êxito, em 2011, na missão de reduzir seu apoio à indústria e priorizar a infraestrutura.
O banco estatal cita como prova da migração o crescimento das emissões de debêntures -títulos de renda fixa de empresas lançados no mercado para financiar projetos de longo prazo.
O volume de lançamento desses papéis e das emissões de iniciais de ações que estrearam na Bolsa passou de
R$ 43,1 bilhões em 2010 para R$ 48,9 bilhões em 2011, crescimento de 13,3% -apesar das oscilações do mercado e do menor crescimento.
Outro sinal é a expansão dos empréstimos a pessoas jurídicas -figura na qual se inserem as indústrias. Ao todo, o crédito para empresas com recursos privados captados no mercado interno cresceu 18% nos 12 meses encerrados em novembro, segundo o Banco Central.
O crédito lastreado a recursos de investidores estrangeiros teve avanço parecido: 18,5%, sem considerar a inflação de 2011 (6,5%).
Recentemente, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse haver “sinais claros” de que o mercado tem como suprir parte das necessidades de financiamento da indústria a um custo compatível com as linhas de crédito do banco de fomento.
A estratégia, afirmou, concentra-se mais em reduzir o apoio a grandes grupos industriais. A pisada no freio do crédito já foi percebida em 2011, quando os desembolsos do banco para o setor caíram 19%, para R$ 43,8 bilhões.
Para micro, pequenas e médias empresas, os desembolsos aumentaram 9%, considerando todos setores. Em 2011, o BNDES emprestou R$ 138,9 bilhões, 3% menos do que em 2010 -sem contar a capitalização da Petrobras.