SÃO PAULO – A Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da CUT/São Paulo (FEM-CUT/SP) entregou ontem aviso de greve para as empresas do setor de máquinas e eletrônicos, chamado de Grupo 2.

A entrega foi feita após rodada de negociação na sede da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).

De acordo com nota divulgada ontem à noite pela federação, o documento informa às indústrias de máquinas e eletrônicos que a qualquer momento, a partir de um prazo de 48 horas contados após a assinatura do documento, os trabalhadores poderão entrar em greve por tempo indeterminado.

Na reunião de ontem na Abinee, a FEM-CUT/SP não aceitou a proposta de reajuste de 5% sob o argumento de que o percentual não repõe a inflação do período da data-base da categoria (1º de setembro), estimada em 5,32%. A proposta patronal anterior era de 4,5%. Na nota, o presidente da FEM-CUT/SP, Valmir Marques, diz que a categoria só fechará acordo após a indústria acenar com aumento real de salários.

Mais negociações

A próxima data de negociações com o Grupo 2 ainda não foi definida. Enquanto isso, trabalhadores e empresas de outros setores industriais do Estado de São Paulo também estão em negociação.

Hoje, haverá reuniões entre empresas do Grupo 3 (autopeças, forjarias e parafusos), no Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), além de encontros com os setores do Grupo 8 (trefilação, laminação de metais ferrosos; refrigeração, equipamentos ferroviários, esquadrias, construções metálicas, artefatos de ferro, rodoviários entre outros), além dos segmentos de fundição e estamparia.

Na semana passada, a Federação reprovou as propostas de reajustes de 4,5% e 5% oferecidas por vários setores industriais.

Além do aumento real, as reivindicações dos metalúrgicos incluem redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem corte de salários, ampliação da licença maternidade de 120 para 180 dias, entre outras demandas.

(Valor)