Na moda dos bonecos infláveis, dragão de 13 metros impulsiona fabricanteCrédito: Jaélcio Santana
Manifestantes e sindicalistas levam um dragão simbolizando a inflação durante protesto na avenida Paulista, em SP
A Força Sindical foi à avenida Paulista na manhã desta terça-feira (20) para protestar contra a taxa de juros do governo. Para a ocasião, o movimento encomendou um dragão inflável para expor em frente ao Banco Central.
A manifestação ocorreu no primeiro dia da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que define hoje a taxa básica de juros (Selic) para os próximos 45 dias.
O dragão tem três cabeças, que representam a inflação, o desemprego e os juros altos. Segundo os sindicalistas, a intenção é alertar sobre a tríade que forma o “pesadelo do povo”.
Medindo 13 metros de altura e pesando cerca de 90 quilos vazio, o dragão custou R$ 19.855 e foi
sugerido pelo presidente da Força Sindical, Miguel Torres.
A encomenda foi feita na Companhia do Inflável, que neste ano chegou a recusar, por falta de tempo, o pedido de um “pato de banheira”, usado na campanha “não vou pagar o pato” da Fiesp, contra o aumento de impostos.
Há sete anos no mercado, a gerente da empresa, Denise Faria, afirma que, desde fevereiro, quando entregou um elefante branco com o símbolo do PT, o interesse por bonecos aumentou.
“A companhia passou a receber três orçamentos por mês, enquanto antes a procura era mínima”, diz.
A moda de bonecos utilizados em manifestações —como os da presidente Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vestido de presidiário, de 12 metros, feitos por outra empresa— não representam a maior fonte de receita da companhia, que vem da mídia inflável —balões que divulgam marcas.
Mas, segundo Denise, dão novo fôlego ao negócio. Depois da decepção com as vendas para as eleições e a Copa, ela espera que o Carnaval seja melhor.