Cerca de 3 mil metalúrgicos, de várias empresas da região sul da capital, participaram nesta sexta-feira (24) de uma assembleia na Via Anchieta (km 12,5), de mobilização e protesto contra a terceirização geral e as reformas trabalhista e previdenciária do governo federal. No final da assembleia, os trabalhadores fizeram em passeata de cerca de 1,5 km pela rodovia. Em outro ponto da cidade, na Mooca, zona leste, outro grupo de trabalhadores também protestou contra as reformas e fez uma passeata no quarteirão próximo às fábricas Lorenzetti e Arno.
As assembleias foram organizadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, que vem realizando assembleias diárias em portas de fábrica com os trabalhadores e manifestações em todas as regiões. A primeira foi em Itaquera e a segunda em Mogi das Cruzes. As próximas serão nos dias 30, nas zonas oeste e norte da capital, e 31, na sede do Sindicato, com toda a categoria.
“O que aconteceu quarta-feira efetivou o golpe contra os trabalhadores, porque oficializou as terceirizações para todas as atividades, inclusive a principal das empresas”, afirmou o presidente do Sindicato, Miguel Torres, aos trabalhadores, referindo-se à aprovação de um projeto da terceirização de 1998, pela Câmara dos Deputados. “Uma metalúrgica não vai mais ter trabalhador metalúrgico, isto é uma afronta para nós, trabalhadores; para quem que há mais de cem anos lutou para ter direitos, jornada de trabalho decente, segurança e saúde e, numa canetada, 231 deputados jogam esses direitos fora. Este governo tem demonstrado que é contra os trabalhadores e só se interessa pelas multinacionais, pelo agronegócio, mas não adianta ficar reclamando; ano que vem é ano eleitoral e os deputados vão querer se reeleger, vão pedir o voto dos trabalhadores e nós vamos dar o troco e mostrar que em direito do trabalhador, se mexer, é pra melhorar, não diminuir”, protestou.
Segundo Miguel Torres, “a hora é agora, de preparar uma greve geral para mostrar a esses políticos que não vamos aceitar a retirada de direitos”, afirmou, ao mesmo tempo em que convocou a todos para participar da assembleia dia 31, no Sindicato, para deliberar os rumos das mobilizações.
O secretário-geral, Arakém, disse que hoje é dia de se indignar com tudo o que está acontecendo no País. “Todos os direitos que temos não foi nenhum deputado ou senador que deu, foram conquistados com muita luta pelos trabalhadores. Por isso, hoje é um dia de resistência e temos que mostrar que não queremos estas reformas do governo. Tudo o que conquistamos foi com muita luta, muito foi trabalhador morto, exilado, demitido. É impossível aceitar tantos desmandos em cima de quem constrói este País”, afirmou.
Os trabalhadores que participaram da assembleia na zona sul foram mobilizados pelos diretores Adriano Lateri, Mala, que teve o apoio do coordenador Mazutti, e respectivas equipes. Os da zona leste foram convocados pelos diretores Mixirica, Bombeirinho, Zé Luiz, Ninja, Nelson, Rubens, Josias, Maurício Forte, coordenador Noel e assessorias.
A mobilização também contou com a participação e o apoio dos diretores Medeiros, Leninha, Ortiz, Xepa, David Martins e do presidente da CGTB, companheiro Biro.
Todos deixaram claro que sem a participação e a mobilização dos trabalhadores não será possível barrar as reformas, defenderam a pressão contra o governo e os parlamentares e a preparação para a greve geral. Na assembleia da Via Anchieta, os trabalhadores viraram de costas e deram uma grande vaia ao governo Temer.