Embora ruim, houve melhora em relação a resultado de setembro de 2015.
País completa um ano e meio com mais demissões que contratações.
Alexandro Martello
Do G1, em Brasília
Em meio à recessão, as vagas de trabalho com carteira assinada continuaram sendo fechadas em setembro. Segundo números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, as demissões superaram as contratações 39.282 postos formais no mês passado.
Apesar de negativo, o resultado do mês passado foi menos ruim que o de setembro de 2015, quando foram fechados 95.602 postos de trabalho, pior resultado para esse mês desde o início da série histórica do Ministério do Trabalho, em 1992.
Segundo o governo, setembro foi o décimo oitavo mês seguido de fechamento de vagas formais. Ou seja, há um ano e meio, há mais demissões do que contratações na economia brasileira. O último mês com contratações foi março do ano passado, quando foram criados 19,2 mil postos de trabalho.
Acumulado do ano
Na parcial dos nove primeiros meses deste ano, as demissões superaram as contratações em 683.592 vagas formais. Foi o pior resultado para este período desde o início da série histórica do Ministério do Trabalho, que, neste caso, começa em 2002.
Até então, o pior resultado, para o período de janeiro a setembro havia sido registrado no ano passado, quando foram fechadas 562.159 vagas com carteira assinada.
Os números de criação de empregos formais dos nove primeiros meses do ano, e de igual período dos últimos anos, foram ajustados para incorporar as informações enviadas pelas empresas fora do prazo nos meses de janeiro a agosto. Os dados de setembro ainda são considerados sem ajuste.
O Ministério do Trabalho informou também que, nos últimos 12 meses até setembro, foi registrada a demissão de 1.599.733 trabalhadores com carteira assinada.
Por setores
Em setembro, segundo os números do governo, o setor que mais demitiu foi a construção civil, com fechamento de 27.591 postos formais de trabalho, seguida pelos serviços, com demissão de 15.141 trabalhadores com carteira assinada.
Já a agricultura fechou 8.198 vagas formais no mês passado, ao mesmo tempo em que a indústria extrativa mineral registrou a demissão de 692 trabalhadores com carteira assinada. Os serviços de utilidade pública fecharam 515 vagas em setembro e a administração pública registrou a demissão de 448 trabalhadores com carteira assinada no período.
Por outro lado, houve a abertura de 9.363 empregos com carteira assinada pela indústria de transformação em setembro deste ano. Esse foi o segundo mês consecutivo de contratações na indústria de transformação que, antes de agosto, não abria vagas formais desde fevereiro de 2015. Outro setor que criou vagas em setembro foi o comércio (3.940 vagas formais).
Números regionais
Segundo o Ministério do Trabalho, houve o registro de demissões em três das cinco regiões do país em setembro. Nos nove primeiros meses deste ano, por sua vez, só a região Centro-Oeste abriu vagas com carteira assinada.
Em setembro, os números mostram que a região Sudeste liderou as demissões, com o fechamento de 63.521 postos formais de trabalho, seguida pela região Centro-Oeste, com o fechamento de 5.374 empregos com carteira assinada. A região Norte registrou a demissão de 1.042 trabalhadores no mês passado.
Já a região Nordeste contratou no mês passado. Em setembro, a região abriu 29.520 empregos com carteira assinada, ao mesmo tempo em que 1.135 trabalhadores com carteira assinada foram contratados na região Sul.
De janeiro a setembro, a região Sudeste demitiu 414.378 trabalhadores formais, a região Nordeste fechou 173.148 vagas e, na região Sul, 57.432 empregos foram fechados. Na região Norte, 45.793 vagas formais foram perdidas e, na Centro-Oeste, houve a abertura de 7.154 empregos com carteira.