Petroleiros entram em greve por salários

Funcionários da Petrobras ligados a sindicatos de petroleiros em seis Estados (Rio de Janeiro, São Paulo, Alagoas, Sergipe, Pará e Amazonas) iniciaram ontem greve por tempo indeterminado. A paralisação foi definida pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), entidade que reúne cinco sindicatos da categoria.

Segundo a instituição, a greve foi deflagrada contra o plano de venda de ativos da estatal, que prevê levantar US$ 57,7 bilhões com essas negociações entre 2015 e 2019, e a proposta apresentada pela estatal para o acordo coletivo de trabalho.

A Petrobras ofereceu reajuste salarial de 8,11%, contra 10%, mais correção monetária da inflação, exigido pela FNP. Uma nova reunião entre a estatal e os sindicatos estava marcada para a tarde de ontem. Em seguida, a instituição iria avaliar se encerraria ou manteria a paralisação.

Outra entidade sindical, a Federação Única dos Petroleiros (FUP), que reúne 14 sindicatos da categoria, também pode deflagrar greve a qualquer momento. Integrantes da instituição, que já aprovou a paralisação, iriam se reunir ontem com representantes do Ministério Público do trabalho, para tratar do assunto.

A FUP também se manifesta contrária aos temas criticados pela FNP, porém prioriza o combate à venda de ativos. “Estamos focando mais no plano de desinvestimentos da Petrobras. O ‘desmanche’ já está acontecendo”, explicou uma fonte da FUP ao Valor, usando um dos termos utilizados por críticos para classificar a venda de ativos da petroleira.

O Valor apurou que algumas unidades da estatal ligadas à FUP na Bahia já iniciaram paralisações.

A Petrobras confirmou ter recebido comunicado de greve para ontem. A estatal também informou que haveria nova reunião ontem com cinco sindicatos, entre eles o Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista, ligado à FNP.

“A apresentação de uma nova proposta econômica, além do atendimento ao pleito de incluir representantes de empresas do Sistema Petrobras na mesa negociação, demonstra a disposição da companhia em dialogar abertamente com as entidades sindicais”, informou a Petrobras, em nota divulgada ontem.

A petroleira também confirmou que a proposta do acordo coletivo de trabalho 2015 encaminhada ontem às entidades sindicais era de um reajuste de 8,11% nas tabelas salariais.