Depois de dois trimestres seguidos de queda, o PIB deve ter voltado ao terreno positivo nos meses de julho, agosto e setembro. Os dados oficiais serão divulgados nesta sexta-feira (28) pelo IBGE.
Se confirmadas as expectativas, o resultado mostrará que a atividade econômica deixou a recessão, porém segue estagnada.
A aposta central de 40 analistas ouvidos em pesquisa da agência Bloomberg, feita até a última sexta-feira, é de que o PIB deve ter registrado um leve crescimento positivo, de 0,2% no terceiro trimestre ante os três meses anteriores.
A equipe de análise do Bradesco prevê que os dados revelarão uma melhora no resultado dos investimentos, que amargaram uma queda de 5,3% no período anterior. Para os economistas do banco, os investimentos devem ter subido 2,6% em julho, agosto e setembro.
Parte dessa conta, a construção civil, que registrou queda no segundo trimestre em razão dos feriados da Copa do Mundo, dá sinais de que se recuperou, assim como a produção de máquinas e equipamentos.
Ainda assim, frisa o economista Igor Velecico, em relatório: “A leitura adequada, portanto, é a de que a (esperada) alta recente é a devolução de fatores atípicos observados ao longo do segundo trimestre, como a realização da Copa do Mundo, e não representa necessariamente uma mudança de tendência.”
Outro fator que deve ter contribuído positivamente no terceiro trimestre é a produção de petróleo que, segundo a Petrobras, subiu 9% ante o mesmo período de 2013.
A indústria de transformação, na outra ponta, segue em crise. Segundo sondagem da CNI (Confederação Nacional da Indústria) com cerca de 2.200 empresas, os estoques ficaram acima do planejado entre julho e setembro, o que sugere freio nas fábricas.
Para economistas, a baixa confiança de empresários e consumidores na economia não permite estimar uma reversão da fraqueza da atividade, mesmo em 2015.
As projeções de analistas são de que o PIB deve crescer apenas 0,2% neste ano e 0,8% em 2015. Com a menor geração de empregos, como mostrou pesquisa do Ministério do Trabalho, também o consumo das famílias deve seguir moderado.
O aumento da taxa de juros e os efeitos de um ajuste na economia completam um quadro de dificuldades nos próximos meses.