‘Prévia’ do PIB cai 0,91% em agosto e acumula queda de 5,48% em um ano

O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), considerado uma “prévia” do PIB (Produto Interno Bruto) caiu 0,91% em agosto, na comparação com o mês anterior, informou o BC nesta quinta-feira (20). A comparação é feita já descontando as diferenças sazonais entre os meses de julho e agosto.

Foi o pior resultado mensal desde maio de 2015, quando o indicador caiu 1,02%. Sem descontar as diferenças sazonais, a queda foi de 0,88%.

O resultado é pior que o esperado por analistas consultados pela agência de notícias Reuters, que previam queda de 0,69%.

Na comparação com agosto de 2015, o indicador registrou tombo de 2,72% sem o ajuste sazonal, porque considera períodos iguais. Com ajuste, a queda foi de 4,43%.

No acumulado de 12 meses, a atividade econômica encolheu 5,48%. Descontando as diferenças sazonais, o encolhimento foi de 5,6%.

Neste ano, o IBC-Br subiu, na comparação com o mês anterior, apenas em abril e junho. No segundo trimestre, o PIB caiu 0,6% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo o IBGE.
Indústria, comércio e serviços

O resultado de agosto é um reflexo da fraqueza econômica de outros indicadores, o que mostra a dificuldade de o país dar sinais de recuperação.

A produção industrial sofreu em agosto um tombo de 3,8% sobre julho, interrompendo cinco meses seguidos de ganhos. As vendas no comércio apresentaram queda de 0,6% na mesma base de comparação, de acordo com o IBGE.

Por sua vez, o setor de serviços registrou queda de 1,6% no volume de vendas em agosto sobre o mês anterior, com destaque para o encolhimento nos serviços prestados às famílias.
Corte nos juros

Na noite de quarta, o BC anunciou redução na taxa básica de juros, a Selic, pela primeira vez desde outubro de 2012. A taxa passou de 14,25% para 14%.

Os juros são usados pelo banco para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a caírem. Por outro lado, ao desestimular o consumo, juros altos tendem a desacelerar a economia. Apesar do corte, os juros reais no Brasil continuam sendo os mais altos do mundo.

IBC-Br
O indicador do BC é visto pelo mercado como uma antecipação do resultado do PIB. Ele é divulgado mensalmente pelo Banco Central, enquanto o PIB é divulgado a cada três meses pelo IBGE.

O IBC-Br serve de base para investidores e empresas adotarem medidas de curto prazo. Porém, não necessariamente reflete o resultado anual do PIB e, em algumas vezes, distancia-se bastante.

O indicador do BC leva em conta a trajetória das variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (agropecuária, indústria e serviços).

A estimativa do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores, acrescida dos impostos sobre produtos. O PIB calculado pelo IBGE, por sua vez, é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país durante certo período.
(Com Reuters)