Trabalhadores da Mitsubishi protestam contra demissões e saem vitoriosos

Primeiro dia de paralisação é marcado por marcha no centro da cidade

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SIMECAT EVITA 243 DEMISSÕES
Os trabalhadores da Mitsubishi de Catalão, em Goiás, aprovaram, em assembleia nesta quinta-feira (2), uma proposta que colocou fim à paralisação iniciada pela manhã. O acordo firmado entre Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão (SIMECAT) e Mitsubishi, com aval de um procurador do Trabalho, garante a reintegração de 10 trabalhadores (portadores de deficiência, cipeiro); R$ 3 mil de abono, mais 2 meses de cesta básica para os demitidos; estabilidade de 90 dias, prorrogado por mais 30, para casos de substituição, ou seja, serão 120 dias de manutenção dos postos de trabalho.

O SIMECAT também conseguiu junto ao Ministério Público do Trabalho verbas para cursos de formação para os interessados. O movimento foi iniciado pelos metalúrgicos após o anúncio de 403 demissões para adequação de mercado. Foram efetivadas 150 demissões e 29 desligamentos pelo Programa de Demissão Voluntária.

Ato contra demissões – Nesta quarta (01), cerca de 90% dos trabalhadores da Mitsubishi participaram do ato contra as 403 demissões anunciadas. Eles paralisaram as atividades, participaram de assembleia e, em seguida, caminharam cerca de 8 km até o Centro, passando pela BR 050 e por duas das principais avenidas da cidade. Até o momento, 160 metalúrgicos foram demitidos e 29 aderiram ao programa de demissão voluntária (PDV). A justificativa da montadora é de que a medida é para adequação de mercado.

Além da preocupação com novas demissões,o SIMECAT contestou o desligamento de algumas pessoas portadoras de deficiência (PPD), cipeiro e também de um casal. “Além de enfrentar a demissão em massa, estamos encontrando diversos casos irregulares, isso demonstra que os desligamentos foram feitos sem critério. Não podemos aceitar essa situação”, afirma o presidente do sindicato, Carlos Albino.

Na parte da manhã, assim que a paralisação teve início, a montadora chamou o SIMECAT para uma conversa onde foi apresentada uma proposta para tentar conter o movimento. Porém, a proposta foi colocada em votação, mas rejeitada por unanimidade, pois não atendia as reivindicações dos ativos e demitidos.

Já na parte da tarde, em uma reunião que durou mais de quatro horas, o Sindicato e a Mitsubishi negociaram novamente, só que desta vez, com participação do poder público. Atendendo a uma solicitação do SIMECAT, o Procurador do Ministério Público do Trabalho Regional Goiânia, Januário Justino Ferreira, e o Juiz do Trabalho de Catalão, Armando Benedito Bianki, fizeram a mediação da negociação. Uma nova proposta foi feita e levada para apreciação dos trabalhadores na manhã desta quinta-feira.

APOIO – Os diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo Carlão e Yara e os assessores Willian e Gildásio estão em Catalão para ajudar o movimento. “É fundamental o apoio de outras bases para fortalecer esta luta nacional contra o desemprego”, diz Miguel Torres, presidente da Força Sindical, CNTM e Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes.

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Com informações de Juliana Barbosa – Assessoria de Imprensa SIMECAT