Uma mobilização forte, organizada e representativa. Foi assim que os professores da rede privada de São Paulo conseguiram vencer a intransigência patronal e manter sua Convenção Coletiva intacta. Diante da força do movimento, os patrões recuaram e aceitaram preservar todas as cláusulas, preservando direitos conquistados há mais de vinte anos.
Sede do Sinpro-SP, na Vila Clementino, ficou pequena e assembleia foi realizada na rua
O movimento quase triplicou desde a última paralisação, realizada dia 23 de maio. Na semana passada, eram 35 escolas fechadas. Esse número subiu para 103 nesta terça (29). Durante assembleia realizada em frente ao Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro-SP), pois não havia espaço suficiente dentro da sede, foi apresentada contraposta do sindicato patronal, que, além de manter a Convenção Coletiva, oferecia 3% de aumento nos salários e 15% na PLR (Participação nos Lucros e/ou Resultados). A proposta foi aceita pela categoria.
Segundo o Sinpro-SP, os professores deram prazo até 5 de junho para assinatura do acordo. Caso contrário entram em greve geral, por tempo indeterminado no dia seguinte.
“A mobilização foi forte. Mais escolas aderiram. Foi uma luta árdua. Mesmo com crescimento e fortalecimento da mobilização, os patrões insistiam em mexer em nossa Convenção. Achavam que poderiam retirar direitos sem que a categoria reagisse”, disse a professora Silvia Barbára, diretora do Sindicato.
Ainda na terça (29), foram realizadas atividades externas em diversos pontos da cidade. “Essas atividades demonstraram o apoio que recebemos, principalmente de pais e alunos. Também tivemos apoio de outras categorias. Isso legitimou ainda mais nosso movimento e nos deu forças pra seguir em frente”, ressalta Silvia.
Professores e alunos durante atividade externa na praça Buenos Aires, em São Paulo
Pleitos – Dentre as principais reivindicações da categoria, estavam manter os 30 dias de recesso remunerado no final do ano (o sindicato patronal queria reduzir para 23 dias) e o número de duas bolsas de estudo para os filhos dos professores. Eles também lutavam contra o fim da garantia semestral de salários (que regula o valor recebido em caso de demissão), fim das férias coletivas e a possibilidade de redução de salários por acordo.
Pressão – Com a mobilização forte, algumas escolas começaram a pressionar os educadores. “Aqui no Sindicato chegaram informações de algumas ações veladas de constrangimento dos profissionais. Um exemplo é o coordenador ou o próprio dono da escola permanecerem na sala dos professores. É uma forma de intimidar, para que não haja articulação na escola”, conta Silvia.
Logo após a assembleia os professores realizaram caminhada pela avenida Paulista, até o Vão Livre do Masp.
(Fonte: Agência Sindical)
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