A proporção de famílias chefiadas por mulheres, segundo critérios do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cresceu mais do que quatro vezes nos últimos dez anos. Em relação aos casais sem filhos, o índice de autoridade feminina passou de 4,5% para 18,3%; já entre os que possuem filhos, subiu de 3,4% para 18,4%. Os dados fazem parte da amostra “Síntese de Indicadores Sociais”, divulgada nesta quarta-feira (28).
O fato de que é cada vez mais frequente o tipo de família composto por casal sem filhos (ambos têm rendimentos, sendo que a mulher não teve filhos) é tido como resultante do processo de transformações que vêm sendo observadas pelo IBGE nas relações familiares. Entre os fatores que proporcionam tais mudanças, destacam-se “o ingresso maior de mulheres no mercado de trabalho, a postergação da idade ao casar e o contínuo aumento da escolaridade”, de acordo com o estudo.
Em 1996, 20,81% dos lares tinham como chefe uma mulher, segundo pesquisa do IBGE na época. No Censo realizado em 2000, a porcentagem subiu para 26,55%. Já a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), que teve como ano base 2011, levantamento mais recente do IBGE, divulgada em setembro deste ano, aponta que 37,4% das famílias têm como pessoa de referência uma mulher.
Casais sem filho
Uma mudança que vem sendo observada é o aumento na frequência de famílias compostas por casais sem filhos, nos quais a mulher nunca foi mãe, quando ambos possuem rendimentos. Segundo dados da Pnad, de 2001 para 2011, houve um aumento da proporção de casais desse tipo, no conjunto dos casais sem filhos, passando de 18,8% a 21,7% no período.
A análise dos dados sobre a faixa etária da pessoa de referência desses casais mostra que 42% têm de 24 a 34 anos de idade. O rendimento médio, em 2011, ficou em torno de 3,2 salários mínimos. Na Região Sudeste, em um quarto dos casais sem filhos, ambos tinham rendimentos e a mulher não teve filhos.