Empresários e trabalhadores ligados a três centrais sindicais fazem protesto nesta quintafeira (13) na avenida Paulista em defesa do emprego e da indústria.
A manifestação foi organizada pela Abimaq, associação que representa as indústrias do setor de máquinas, e pela Força Sindical, além de contar com a participação da UGT e da CGTB. Os organizadores estimam a participação de 5.000 trabalhadores de empresas da Grande São Paulo e algumas cidades do interior. Segundo a PM (Polícia Militar), foram 2.000 no local.
Os trabalhadores saíram por volta das 9h da manhã da estação do metrô Paraíso em passeata, no sentido da rua Consoloção, e bloquearam a Paulista. Outro grupo já os aguardava no vão livre do Masp, onde os manifestantes permaneceram até por volta das 12h.
“A crise se agravou e aumentou o desemprego e a falência das empresas. Estamos unidos, trabalhadores e empresários, em um grito pelo emprego e pela indústria nacional”, disse Miguel Torres, presidente da Força Sindical.
De acordo com o engenheiro Carlos Pastoriza, presidente da Abimaq, a manifestação serviu para mostrar os “desmandos” da política econômica e seus impactos à indústria. “Foi um ato apartidário. As palavras de ordem foram emprego e contra a desindustrialização.”
A Abimaq informou, em entrevista à Folha, que 25 mil empregos foram perdidos no setor somente no primeiro semestre do ano.
Na entrevista publicada nesta quarta-feira, Pastoriza, afirmou que um “tripé do mal” com “juros pornográficos”, sistema tributário “injusto e perverso” e câmbio “descontrolado” prejudicam a indústria do país.
O ato teve adesão do Sicetel, sindicato que reúne as indústrias de trefilação e laminação de metais, e de duas empresas do setor de siderurgia que dispensaram parte de seus trabalhadores.
Um documento, feito em parceria pelas entidades que participaram da manifestação, deve ser encaminhado na semana que vem ao governo federal e à presidente Dilma Rousseff para pedir: redução de juros, ampliação de investimentos públicos e fim da cumulatividade de impostos, entre outras reivindicações.