Os milhões de trabalhadores informais, desempregados e desalentados deram respaldo, como eleitores, a candidatos e a programas contrários aos direitos e conquistas do movimento sindical, que elegeu muito poucos aliados ou ativistas.
Para as batalhas no segundo turno que se travam por cargos executivos, já que os legislativos se resolveram no primeiro turno, é imprescindível que se compreenda este paradoxo e se procure convencer milhões de trabalhadores dos perigos a que se expõem com sua votação alienada.
Os candidatos devem insistir em suas campanhas no atendimento às reivindicações dos trabalhadores e às expectativas de segurança que a própria disputa eleitoral suscitou.
O quadro resultante da onda conservadora do primeiro turno e que se projeta sobre a atual e a futura legislatura acrescenta à luta dos trabalhadores inúmeras dificuldades.
Não se pode descartar, por exemplo, a tentação de se votar a deforma previdenciária ainda este ano como haviam denunciado as oito centrais sindicais unidas em nota publicada no dia 2 de outubro.
Além disso, as campanhas salariais em curso ou que ainda se darão no segundo semestre sofrerão com a intransigência patronal recrudescida e que pode até mesmo tentar reverter os resultados positivos anteriores.
A Força Sindical, atenta ao debate eleitoral, procura firmar seu apoio a Fernando Haddad e a Marcio França, em São Paulo, exigindo deles compromissos com a pauta unitária e abertura de suas campanhas à presença sindical. Este exemplo deve ser seguido por todas as centrais no preocupante quadro político e eleitoral que as votações confirmaram.