Opção oferecida por planos de previdência complementar deve crescer em 2018
Maria Cristina Frias
“A maioria dos clientes hoje opta por sacar todo o montante que acumulou, mas a tendência é que esse cenário comece a mudar neste ano”, afirma Paulo Valle, presidente da Brasilprev.
Entre as alterações estão a maior flexibilidade na hora de programar ou suspender os resgates, além da possibilidade de contratar renda sobre apenas uma parte do que foi acumulado.
“Antes, se o cliente possuía R$ 1 milhão e quisesse revertê-lo em pagamentos mensais, precisaria fazê-lo com 100% do saldo ou então optar por ir sacando aos poucos, manualmente”, afirma.
“Cerca de 1% dos clientes da Brasilprev hoje contratam renda. Nos Estados Unidos, isso é próximo a 10%. É difícil estimar em qual velocidade, mas vemos potencial para chegarmos a esse nível.”
Na Zurich Santander, o número de pessoas que optam pela contratação gira em torno de 3% e 4%, diz o presidente, Alfredo Lalia Neto.
“Estudos preliminares mostram que podemos dobrar essa porcentagem e chegar a até 10%, mas ainda falta testar soluções e fazer pesquisas de campo”, afirma.
“As mudanças na fase de acúmulo, como a possibilidade de criar produtos com mais renda variável, terão ainda mais apelo do que essa parte da desacumulação, mas tudo isso é um avanço.”
Cidades afetadas por desastre terão R$ 500 milhões para saneamento
Começa nesta quarta (21) o prazo para que os 39 municípios afetados pela tragédia de Mariana (MG) manifestem interesse em apresentar projetos de saneamento e coleta de resíduos a ser financiados pela Fundação Renova.
A entidade, mantida pela Samarco, aplicará R$ 500 milhões nas ações selecionadas. O aporte é uma das ações compensatórias da mineradora após o desastre.
Cerca de 80% dessas cidades têm pouco ou nada do esgoto tratado. O recurso começará a ser aplicado ainda neste ano, afirma o presidente da Renova, Roberto Waack.
As prefeituras precisam manifestar interesse em apresentar projetos até 2 de março. Das cidades, 35 são mineiras e quatro, capixabas.
Os bancos de desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e do Espírito Santo (Bandes) farão a gestão do montante.
Vamos analisar a viabilidade econômica de cada proposta e, se necessário, financiar parte delas, diz Aroldo Natal, presidente do Bandes.
O dinheiro vem da iniciativa privada, mas os projetos aprovados farão licitações. A projeção é gastar R$ 100 milhões em 2018, diz Marco Crocco, presidente do BDMG.
O banco mineiro disponibilizará R$ 130 milhões de crédito complementar às cidades.
Bistrô no interior
A rede de restaurantes Paris 6 vai investir R$ 30 milhões neste ano em seu plano de expansão para abrir sete novas unidades. A empresa abrirá operações em Goiás, Bahia e Paraná.
Cada local novo demanda pelo menos R$ 4 milhões, diz o proprietário, Isaac Azar. Parte do montante a ser aplicado é financiado por bancos.
Só temos duas franquias [Brasília e Rio], todo o restante é de locais próprios, afirma o executivo.
A rede vai inaugurar mais quatro casas em São Paulo: três delas na capital e uma em São José dos Campos.
Nessa casa, temos um sócio, mas toda a gestão fica por nossa conta.
12
é o número de unidades atual
450
é o total de funcionários
Tinta fresca depois de três anos
Após três anos de queda, a indústria de tintas voltou a crescer em 2017, segundo a Abrafati (associação do setor).
Foram 1,53 bilhão de litros comercializados, uma leve alta de 1,9% em relação a 2016.
O resultado foi alavancado pelas fabricantes de automóveis, afirma Antonio Carlos de Oliveira, presidente-executivo da associação.
“A previsão para 2018 é de novo aumento. O setor de tintas costuma ficar um ponto percentual acima do PIB, cujas projeções apontam para algo em torno de 3%. Superaremos esse patamar.”
A melhora não ocorreu de forma homogênea entre os segmentos da indústria.
A fabricante PPG cresceu mais que o setor em 2017, mas ainda registra resultados negativos no Sul, onde tem presença forte no segmento imobiliário, afirma o presidente Márcio Grossmann.
“Algumas áreas voltarão a subir, como embalagens, que tem uma boa perspectiva por causa do impacto da Copa do Mundo na produção de latas de cerveja e refrigerante, e eletrodomésticos.”
Compra tamanho família
A intenção de consumo das famílias com renda menor que dez salários mínimos registrou neste mês o melhor desempenho desde setembro de 2015, segundo a CNC (confederação do comércio).
O índice, que vai de 0 a 200, ficou em 84,4. Houve crescimento de 4,2% em relação a janeiro.
A baixa inflação do último ano e a desaceleração no número de demissões contribuíram para um maior otimismo, afirma Bruno Fernandes, economista da entidade.
A redução dos juros permitiu que as famílias trocassem um crédito mais caro por um mais barato. A previsão é que esse movimento continue nos próximos meses, afirma Fernandes.
Crescimento… O desempenho das vendas do varejo cresceu 2,6% no acumulado de 12 meses até janeiro, segundo o Boa Vista SCPC. Em relação ao mesmo período de 2017, o aumento foi de 9,7%.
…do varejo O setor de móveis e eletrodomésticos teve alta acumulada de 3,7% no último ano. Já supermercados, alimentos e bebidas subiram 2,3% no período.
com IGOR UTSUMI, IVAN MARTÍNEZ-VARGAS e DIANA LOTT.