A indústria paulista eliminou 14,5 mil vagas de emprego em janeiro de 2016 em relação ao nível de dezembro de 2015, informou nesta quinta-feira, 18, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A diminuição representa uma queda de 0,36% no nível de emprego na passagem de um mês para outro, no cálculo sem ajuste sazonal. Na comparação com janeiro de 2015, 253 mil postos de trabalho foram cortados.
“Começamos 2016 com os dois pés esquerdos”, afirmou Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp e do Ciesp (Depecon). Ele ressaltou que janeiro é normalmente um mês de crescimento do emprego. Na variação acumulada de 12 meses, a queda foi de 7,89%. “O Brasil”, diz Francini, “vai ter que se acostumar em 2016 a ouvir ””o pior da história”””. “Desde 1900 não temos crise tão grave, que vai produzir efeitos nunca antes vistos.”
Dos 22 setores pesquisados, 14 tiveram saldo negativo de vagas. Em apenas cinco deles houve mais contratações que demissões, e três ficaram estáveis. Entre os positivos, destacaram-se os setores de Couro e Calçados, com saldo de 1.424 vagas. Apesar disso, Francini alerta que esse número tem que ser visto com cautela. “É preciso esperar algum tempo para saber se não é algo efêmero”, disse.
Empresas de Açúcar e Álcool foram responsáveis por dois terços da redução no emprego (4.820 vagas a menos). Isso contribuiu para que o setor de Produtos Alimentícios fosse o que mais demitiu (6.079 vagas eliminadas). Metalurgia (corte de 2.223 postos) vem a seguir, com demissões concentradas em Cubatão, dando a essa região o pior desempenho no mês, com variação negativa de 8,85% no nível de emprego. Jacareí, com queda de 6,7%, fica em segundo.
Das 36 regiões do Estado analisadas, 24 tiveram variação negativa no índice de emprego em janeiro, 3 ficaram estáveis e 9 contrataram mais do que demitiram.