As siderúrgicas brasileiras devem demitir mais 4 mil pessoas neste ano, em função da baixa demanda interna. A previsão é do Instituto Aço Brasil, que contabiliza cerca de US$ 2,1 bilhões de investimentos adiados neste ano.
— Em 12 meses, foram demissões de 11,18 mil no setor e outros 1,4 mil trabalhadores estão em lay-off. A situação não está favorável para a atividade no Brasil — disse o presidente do Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes.
Segundo dados do instituto, para 2015 a produção de aço bruto deve apresentar uma redução de 3,4% em relação a 2014, alcançando 32,8 milhões de toneladas. Já as vendas internas têm previsão de queda de 15,6%.
MEDIDAS DE PROTEÇÃO
Diante desse cenário, as empresas do setor pedem medidas de proteção contra o aço importado, principalmente o chinês, e uma redução na alíquota do Reintegra (Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários), hoje em torno de 3%. Um dos que estão levantando essa bandeira é o presidente dav CSN, Benjamin Steinbruch.
Segundo ele, essa medida poderá estimular as exportações de aço no Brasil e assim manter as operações das siderúrgicas nacionais. O executivo confirmou nesta segunda-feira que estuda vender ativos da companhia este ano, entre eles a participação na Usiminas, para reduzir o endividamento da empresa.
Outra que avalia desinvestimento no Brasil é a ThyssenKrupp. A siderúrgica alemã avalia a venda da fatia de 73,13% na Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA). Segundo o presidente da ThyssenKrupp CSA, Walter de Castro Medeiros, no médio prazo a questão estará na pauta da companhia.
— O nosso foco atual é chegar a plena capacidade de nossa produção, que este ano deverá ser de 4,1 milhões de toneladas. Hoje, estamos utilizando 80% da capacidade instalada.