Representantes de centrais sindicais prometeram derrubar o veto de Dilma no Congresso
Brasília – Dirigentes de centrais sindicais reagiram à decisão da presidente Dilma Rousseff e prometeram trabalhar para derrubar o veto no Congresso. O presidente da CUT, Vagner Freitas, deixou claro a contrariedade com a atitude do governo. “Se o Congresso aprovou, a presidente só poderia sancionar a fórmula 85/95 agora. Isso é um desrespeito aos trabalhadores”, disse.
Em nota, o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, disse que o governo cometeu uma “injustiça social”, demonstrou “insensibilidade” e traiu os compromissos de campanha. “O governo, que foi eleito prometendo uma melhor distribuição de renda e manter os direitos trabalhistas e previdenciários, não cumpre, ao barrar a instituição da fórmula 85/95, suas promessas de campanha”, escreveu Torres. “Ou seja: mais uma vez o governo vira as costas para as demandas e anseios dos trabalhadores.”
Torres acusou ainda o ministro da Previdência, Carlos Gabas, de fazer “terrorismo” com os números da instituição, insinuando “inverdades” sobre as aposentadorias e pensões. Ele afirmou que Gabas, antes um defensor da fórmula 85/95, “estranhamente passou a criticá-la”.
O senador Paulo Paim (PT-RS), um dos principais defensores da flexibilização do fator previdenciário no Congresso, ressalvou que, se a proposta de progressividade não for favorável para os futuros aposentados, trabalhará pela rejeição. “Se a tal da progressividade for indecente, vamos trabalhar para derrubá-la”, disse Paim, que ameaçava deixar o PT caso a fórmula “85/95” não fosse mantida por Dilma.
Para o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), Dilma quer “tirar o protagonismo” da Câmara. “Somos contrários. Vamos derrubar esse veto”, garantiu Sampaio. / V.R., T.M., R.B. e DAIENE CARDOSO