“Os dirigentes sindicais dos países que compõem os BRICS – África do Sul, Brasil, China, Índia e Rússia – estão dando passos importantes para a formalização no BRICS e construir política e projetos para beneficiar os trabalhadores”, declarou João Crlos Gonçalves, Juruna, secretário-geral da Força Sindical, ao presidir o painel “BRICS: Diálogo Social e Ação Sindical”, dia 15, no III Fórum do BRICS Sindical.
Para Juruna, “o fato de a presidente Dilma receber os sindicalistas é um passo importante para o reconhecimento dos trabalhadores como parte integrante do BRICS”. Durante os debates ocorridos nos paneis surgiram opiniões sobre alguns temas, entre eles a pesquisa científica sobre a situação dos trabalhadores nestes países.
A ideia é que com base nas informações das pesquisas científicas, os dirigentes sindicais poderão elaborar propostas para garantir medidas de interesse dos trabalhadores em seus países.
Os sindicalistas brasileiros citaram a atuação do Dieese e outros dois países – China e Rússia – informaram que já fazem pesquisas. “A pesquisa social dos trabalhadores é importante e é ótima a colaboração dos países. Já temos uma pesquisa dos BRICS e em breve vamos publicá-la”, disse a chinesa Shiping Zhang, vice-presidente da ACFTU, da China. Ela destacou que o governo chinês trabalha pelo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), mas a favor do benefício social, em primeiro lugar.
Já Yevgeny Makarov, vice-presidente da Federation of Independent Trade Unions of Rússia, declarou que “também temos projetos de pesquisa. Analisamos os conflitos dos trabalhadores nos países do BRICS. Foram estudados 133 conflitos do Brasil e 51 na Índica, por exemplo. Temos um sistema operacional que coleta informações globais sobre os conflitos e seus motivos, as exigências dos trabalhadores e como atuar para preveni-los. Damos informações ao público e a maneira de como lidar com essas situações. Qualquer sindicato pode ter acesso a estas informações, inclusive os dos países do BRICS”.
Debates
Os sindicalistas debateram os temas: “Desenvolvimento sustentável, Trabalho Decente e Inclusão Social” e “BRICS: Diálogo Social e Ação Sindical”. Cada central expôs seu ponto de vista sobre os temas.
Um dos representantes da África do Sul, Dennis Geoarge, secretário-geral da Fedusa, destacou a queda na renda dos trabalhadores do seu país nos últimos anos. Situação semelhante acontece na Índica, segundo Suresh Kumar, diretor da CITU. Outro representante da África do Sul Zwelinzima Vavi, secretário-geral da Cosatu, defendeu a troca de experiências entre as centrais para formular propostas e usar o espaço dentro do BRICS, quando os trabalhadores forem aceitos pela Cúpula dos países.
Comissão de Mulheres
Ao responder a uma pergunta formulada pela secretária da Mulher da Força Sindical, Maria Auxiliadora, sobre que política serão defendidas para o gênero, a chinesa Shipin Zhang disse que a indagação era interessante e é “preciso assegurar a participação de todos. No futuro, o BRICS Sindical poderá fazer uma Comissão de Mulheres”.
Jeferson Tiego, secretário da Juventude da Força Sindical falou sobre a necessidade de políticas para juventude, especialmente para gerar empregos.O russo Makarov disse que cada país deve formular suas políticas, mas podem se inspirar nos projetos desenvolvidos pelos países que já resolveram este problema.