Sindicalistas querem discutir regras de aumento do salário mínimo

Vladimir Netto 

Centrais sindicais pedem um mínimo de R$ 580, além de aumento de 10% para aposentados que recebem mais de um salário. Mas governo argumenta por uma valorização segura e contínua.

Paulinho da Força Sindical foi ao Congresso com um número na cabeça e uma calculadora na mão. Mas, depois da reunião, a expectativa não era das melhores.

“A calculadora que eu levei lá para cima não serviu para muita coisa”, afirmou o presidente da Força Sindical. Não serviu porque os sindicalistas querem mexer em regras que eles mesmos negociaram. Pedem um salário mínimo de R$ 580, a correção da tabela do Imposto de Renda em 6,4% e 10% de aumento para os aposentados que recebem mais de um salário mínimo.

Mas a negociação não vai ser fácil. Em 2007, depois de uma longa conversa com as centrais sindicais, o governo adotou uma fórmula que fixa o aumento do salário mínimo de acordo com o crescimento da economia, tornando previsível o valor do mínimo com boa antecedência. O governo quer, agora, estender esse acordo para os próximos quatro anos.

A regra prevê que o mínimo será reajustado pelo índice de inflação do ano anterior mais a taxa de crescimento do PIB de dois antes do reajuste – o que, este ano, dá os R$ 545 já fixados pelo governo. Os sindicalistas insistem em reformular o combinado. “Nós queremos discutir que, em função da crise. Temos uma questão para discutir em 2011”, argumenta o presidente da CUT, Arthur Henrique Santos.

O governo, de seu lado, argumenta que a mesma regra vai garantir, no ano que vem, um bom aumento: mais de 12%. O salário mínimo passaria dos R$ 600. “Nós esperamos que centrais, portanto, reflitam sobre aspecto, sobre este período mais largo e reconheçam que é melhor para o trabalhador essa política segura e continuada de valorização do salário mínimo”, ressalta o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho.