Sindicalistas querem manutenção de aumento com ganhos reais

Força Sindical quer reposição da inflação

POR JOÃO SORIMA NETO

SÃO PAULO – Representantes de centrais sindicais ouvidos pelo GLOBO avaliaram que qualquer mudança na fórmula para reajuste do salário mínimo deve preservar o ganho real dos trabalhadores, como acontece atualmente. Segundo eles, a metodologia utilizada, que prevê correção pela inflação e considera também o crescimento do PIB de dois anos atrás, foi fruto de muita discussão entre o governo e as centrais sindicais. O mecanismo é considerado pelos sindicalistas o mais adequado para preservar o poder de compra dos assalariados.

O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, disse que a entidade defenderá a manutenção do ganho real para o salário mínimo, independentemente da fórmula utilizada para o reajuste:

— A fórmula ideal é a que está em vigor, que repõe inflação e ainda dá um ganho real aos trabalhadores. Vamos ver as bases da mudança que o governo está propondo. Se a nova fórmula for melhor, tudo bem. Mas se provocar perdas ao trabalhador, a Força Sindical vai se posicionar contra — adiantou Juruna.

Para Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), a fórmula atual é interessante quando a economia apresenta crescimento vigoroso. Em 2013, o país cresceu 2,3% e em 2014, menos de 1%.

— Quando a economia cresce pouco, como no ano passado, o ganho real acaba sendo afetado. Quando a fórmula foi criada, eu defendi que houvesse uma trava quando o PIB caísse muito para que os ganhos reais do trabalhador fossem preservados — disse.

A Central Única dos trabalhadores (CUT) não retornou às ligações.