Sindicato pede reunião com Vale após morte de trabalhador no Canadá

Estadão Online

Parte da mina Coleman desabou e causou morte de empregado no domingo

Clarissa Mangueira, da Agência Estado

30 de janeiro de 2012

NOVA YORK – Um funcionário do sindicato dos trabalhadores de siderúrgicas pediu para debater com a mineradora Vale questões de saúde e segurança após a morte de um empregado ontem na mina Coleman da companhia em Levack, Ontário (Canadá). O nome do funcionário não foi divulgado. Ele tinha 47 anos e trabalhava na empresa há dezesseis anos. Esse foi o segundo acidente fatal registrado durante as operações da Vale em menos de oito meses. Os operários Jason Chenier e Jordan Fram também morreram em junho do ano passado, quando foram atingidos por um desabamento na mina de Stobie, também no Canadá.

“Eu acho que o que nós precisamos faz é sentar na sala juntos – o sindicato e a Vale – e termos discussões sobre saúde e segurança e onde nós estamos e para onde precisamos ir, porque isso é inaceitável”, afirmou Rick Bertand, presidente do sindicato local de Sudbury em uma entrevista à CBC News. “Isso não pode continuar a acontecer.”

O Ministério do Trabalho do Canadá está investigando o incidente. A Vale afirmou que um trabalhador morreu após parte do mina desmoronar. As operações nas minas da Vale em Sudbury foram temporariamente suspensas.

Imagem arranhada

Pela primeira vez uma empresa brasileira ganhou inglório título de pior empresa por uma premiação criada desde 2000 pelas ONGs Greenpeace e Declaração de Bernia, a “Public Eye People´s”. O prêmio, também conhecido como o “Oscar da Vergonha” foi anunciado durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.

Com cerca de 25 mil votos, a Vale venceu por uma diferença de menos de mil votos a Tepco, maior empresa de energia do Japão, responsável pela usinas nucleares de Fukushima no Japão. Também estavam na disputa ao título de pior empresa do mundo a mineradora americana Freeport, o grupo financeiro Barclay´s, a empresa sul-coreana de eletrônicos Samsung e a suíça de agronegócios Syngenta.

A indicação da Vale foi feita por um grupo de instituições sociais e ambientalistas formado pela Rede Justiça nos Trilhos, a Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale, o International Rivers e a Amazon Watch. 

No site da premiação, a indicação da mineradora era justificada por uma “história de 70 anos manchada por repetidas violações dos direitos humanos, condições desumanas de trabalho, pilhagem do patrimônio público e pela exploração cruel da natureza”. Os organizadores condenam também o fato da Vale, em abril do 2011, ter comprado uma participação no Consórcio Norte Energia, responsável pela usina de Belo Monte, no Pará.

Na época em que foi escolhida como finalista, a Vale não se pronunciou sobre o assunto. A empresa se limitou a informar que disponibiliza anualmente um relatório de sustentabilidade no site da companhia na internet. Para 2012, a companhia prevê investir US$ 1,648 bilhão, sendo US$ 1,354 bilhão na proteção e conservação ambiental, e US$ 293 milhões em programas sociais. A cifra supera a estimativa feita para o ano passado, que era de US$ 1,194 bilhão. As informações são da Dow Jones.