Sindicatos protestam contra ajuste proposto por Dilma

Medidas provisórias 664 e 665, que alteram direitos trabalhistas, passaram a valer nesta segunda-feira (2)

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Trabalhadores protestam em frente ao Ministério do Trabalho, na região central de São Paulo (Foto: Sammy Eduardo)

SÃO PAULO – Cerca de 350 pessoas realizam, na manhã desta segunda-feira (2), uma manifestação em frente a Gerência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego, na região central de São Paulo. Representados por mais de 10 sindicatos que estão no local, os manifestantes reclamam dos ajustes propostos pela presidente Dilma Rousseff, representados nas Medidas Provisórias 664 e 665. As MPs passaram a valer hoje.

Entre os direitos afetados diretamente pelas medidas estão: seguro-desemprego, abono salarial, pensão por morte e auxílio-doença. As mudanças foram anunciadas no dia 30 de dezembro do ano passado, em edição extraordinária do Diário Oficial. Os ajustes fazem parte da estratégia adotada pelo governo para reduzir gastos.

“Essas medidas vão atingir diretamente mais de 8 milhões de trabalhadores, que perderão seus direitos. Direitos, estes, que foram conquistados à muito custo. Não podemos deixar que isso aconteça”, afirmou Miguel Torres, presidente da Força Sindical

Segundo ele, as forças trabalhistas estão focadas em conseguir aumentar o apoio no Congresso em busca de que as MPs 664 e 665 sejam revogadas. No entanto, as mudanças têm a anuência da principal líder do poder executivo nacional, a presidente Dilma Rousseff. “O problema é que não conseguimos diálogo com ela. Nem os próprios ministros do governo conseguem conversar com ela. Está difícil”, lamenta Torres.

Para o líder da Força, a manifestação é importante para que a sociedade entenda a decisão do governo que, segundo ele, “tenta fazer com que os trabalhadores paguem a conta de uma crise econômica que eles não provocaram”.

Em Brasília, apenas três partidos declararam oficialmente ser contra as mudanças: PC do B, Solidariedade e PSD. “Os outros estão bastante divididos”, acrescentou.