Sindicatos reprovam a queda dos índices de Conteúdo Local

NOTA À IMPRENSA

MEDIDA ENFRAQUECE A INDÚSTRIA BRASILEIRA E AMPLIA O DESEMPREGO

O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC manifestam sua completa reprovação à equivocada decisão do governo Temer, anunciada na quarta-feira (22), que reduz significativamente os índices de conteúdo nacional exigidos nas atividades de exploração e produção de petróleo e gás.

Tal medida, decidida de forma unilateral e negando todas as tentativas de diálogo buscadas pelas entidades representativas dos trabalhadores e da cadeia produtiva, resultará unicamente na maior fragilização da indústria brasileira e no agravamento dos níveis de desemprego que temos no país.

A decisão afeta uma série de investimentos já realizados pela indústria fornecedora de máquinas e equipamentos, impactando negativamente as condições de retomada do crescimento econômico. O caminho que defendemos é o fortalecimento da indústria nacional e da geração de empregos em nosso país, com a simplificação das regras vigentes, mas com a preservação das condições para que a capacidade instalada do nosso parque fabril seja devidamente considerada nas novas regras de conteúdo local, não apenas para a cadeia produtiva de óleo e gás, bem como todos os principais complexos industriais instalados no país.

O Novo regime Automotivo o Inovar Auto é exemplo bem-sucedido da política de conteúdo local. Desde que foi implementado em 2012, cerca de dez marcas de veículos que antes eram importadas passaram a ser produzidos no país. O carro nacional está mais moderno, seguro e eficiente.

Indo além, consideramos impensável a retomada de uma trajetória virtuosa de desenvolvimento do país sem a devida valorização da atividade industrial no Brasil, por seu papel central na geração de recursos, empregos e inovação.

Mais indústria e mais empregos industriais, são condições indispensáveis para que o Brasil tenha uma economia dinâmica e uma sociedade próspera. Defendemos portanto que a referida decisão seja revista, e que os atores econômicos sejam ouvidos, para que se corrija o enorme equívoco anunciado.

Miguel Torres
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e da CNTM

Rafael Marques
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC