Fale com o Presidente Miguel Torres
11 3388.1073 Central de Atendimento 11 3388.1073

Sobre a venda de ações da Continental pela Schaeffler

O Grupo Schaeffler vendeu ações da Continental em um valor milionário. Desta forma, o consórcio familiar se liberta de uma parte das suas dívidas, mas pode ser que a compra da Continental tenha passado à história.

Num autêntico ato de libertação, a empresa, altamente endividada, vendeu 1,8 bilhões de euros de suas ações na Continental, que estavam depositadas nos bancos credores, pagando na mesma hora cerca de 400 milhões de euros pelo empréstimo recebido desses mesmos bancos. Cerca de 600 milhões de euros foram enviados ainda para a Schäffler, graças ao andamento positivo da economia do setor.

Dessa forma, a empresa familiar reduziu em cerca de 2,8 bilhões, para um total de 4,6 bilhões, o seu enorme monte de dívidas. Estas foram provocadas em grande parte pela tentativa de assumir o controle sobre a sua rival Continental no ano de 2008. Com as novas ações, e de acordo com a Schaeffler, a pressão exercida pelos juros devidos aos bancos baixaram de 17% para menos de 10%.

Segundo informações da Schaeffler em Herzogenaurach, o Holding vendeu 29,7 milhões das ações da Continental, depositadas nos bancos, por um preço de 60 euros por ação.

Com a redução da sua participação acionária na Continental, de 75% para cerca de 60%, a empresa Schaeffler resolve dois problemas de uma vez: reduz as suas dívidas e abre à sua filial de Hannover – a Continental – o caminho para que ela possa entrar de novo no DAX (Bolsa de Valores), segurando assim o valor das suas ações.

De acordo com o Banco WestLB, a partir do outono é possível que a Continental passe a ocupar o mesmo lugar que a Lanxess, na corrida entre as 30 maiores empresas de Valores da Bolsa na Alemanha. Se a Continental ganhar a corrida, os seus Fundos de Index subiriam, o que fortaleceria o seu Curso na Bolsa, também em favor da Schaeffler.

Com a venda das ações da Continental é, porém, quase certo que a Schaeffler se despede da planejada fusão com a Continental. Só com pelo menos 75% de ações da Continental é que a Schaeffler poderia subjugar e dominar a sua rival, o que não é possível com os atuais 60%.

Por Manuel Campos
Coordenador de Projetos
IG Metall – IMB/FITIM