Taxa de juros Selic

Fonte: Dieese – análise da subseção do Sindicato

A taxa de juros é um dos instrumentos utilizados pelos Bancos Centrais para reduzir o dinheiro em circulação, conter a expansão do crédito, combater a elevação de preços generalizada. Em outras palavras, quanto mais elevada a taxa de juros menor é a demanda, ou seja, com menos pessoas e empresas consumindo bens e serviços, os preços tendem a cair, reduzindo com isso a inflação. Contudo, esse mecanismo via de regra gera efeitos colaterais, dentre eles, desaceleração da economia. Assim, a taxa de juros é um dos aspectos que pesam, tanto na viabilização de investimentos dos empresários na economia (aumento da produção e ampliação do parque industrial), como no crescimento da atividade econômica, sobretudo nas decisões de consumo das famílias. Além disso, no caso do Brasil, a taxa de juros influencia a dívida pública, tendo em vista que parte da mesma é corrigida pela SELIC.

Segundo o Comitê de Política Monetária (Copom)” adotar a trajetória de alta [quarta alta consecutiva em cinco meses 7,25% para 9% ao ano da Selic, contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano.

A Taxa de juros (Selic) em Setembro de 2013 está em 9,0%

Taxa de juros, média anual, praticadas no Brasil

Segundo a ANEFAC- Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade, a taxa de juros média anual (em julho 2013) foi de 89,69%.

Das seis linhas de crédito pesquisadas, uma se manteve estável (cartão de crédito-rotativo) e cinco foram elevadas (juros do comércio, cheque especial, CDC-Bancos-financiamento de automóveis, empréstimo pessoal-bancos e empréstimo pessoal-financeiras.

A taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma elevação de 0,03 ponto percentual no mês (0,65 ponto percentual no ano) correspondente a uma elevação de 0,55% no mês (0,73% em doze meses) passando a mesma de 5,45% ao mês (89,04% ao ano) em junho/2013 para 5,48% ao mês (89,69% ao ano) em julho/2013 sendo esta a maior taxa de juros desde novembro/2012.

“Nenhuma economia cresce de forma saudável quando a taxa de juros, que não é a Selic, está no nível que está no Brasil. Para efeito de comparação, nos países emergentes, nos últimos anos, a taxa ao consumidor tem sido de 10% ao ano; nos desenvolvidos, 3%. Esse é o freio da economia”, defende Khair, Dowbor corrobora: “Essa taxa de juros que, na média, dobra o valor das coisas, por outro lado corta pela metade a capacidade de compra do cidadão”.

O atual regime macroeconômico brasileiro, notadamente a política monetária praticada, é compatível com o modelo de desenvolvimento que defendemos?

O controle de preços parece ser importante para a estabilidade da economia, mas entendemos que essas medidas não podem sacrificar o crescimento econômico do país, em outras palavras, elevar taxa de juros nesse momento parece ser mais pró-cíclico, ou seja, os efeitos da elevação da taxa de juros podem agravar mais o ambiente econômico de baixo dinamismo. A elevação dos juros contribui para a deterioração das expectativas de retomada de crescimento econômico em 2013/2014.