Lamentável a decisão do presidente Michel Temer de promulgar, na sexta-feira, 21 de setembro, o Decreto n 9.507, que amplia a terceirização, que já vem penalizando o setor privado, para os serviços na administração direta e em autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista controladas pelo governo em nível federal.
Desta forma, toda a estrutura da União que não tenha relação direta com tomadas de decisão, poderá, a partir de agora, contratar mão de obra terceirizada, o que não impede que as funções que deem apoio a isto possam ser contratadas. Profissionais como professores de universidades federais, funcionários da Petrobras, da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e de outras empresas públicas, como portos, aeroportos e servidores dos Ministérios, entre tantos outros, a grande maioria de concursados, poderão ceder seus cargos para dar lugar a trabalhadores terceirizados.
A decisão do presidente representa um retrocesso grandioso no serviço público, assim como a terceirização em todos os níveis no setor privado, precarizando ainda mais a relação capital e trabalho em nosso País.
O serviço público, como nós hoje conhecemos, está muito próximo do seu final. E o governo, após mais este atentado criminoso contra os trabalhadores brasileiros, vem, agora, eximir-se de qualquer responsabilidade pela quitação de eventuais encargos trabalhistas provenientes dos contratos no caso de, por exemplo, uma empresa terceirizada decretar falência.
O Brasil, hoje, é uma nau a deriva em mar bravio. E sem um comandante que determine a rota a ser seguida.
Miguel Torres
Presidente interino da Força Sindical
João Carlos Gonçalves, Juruna
secretário-geral da Força Sindical