Cerca de 200 funcionários serão demitidos, segundo o sindicato.
Local é responsável pela produção do modelo Fiesta e de caminhões.
Cerca de 4,3 mil funcionários da Ford em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, entraram em greve por tempo indeterminado nesta quinta-feira (10), por causa de demissões, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
A entidade que representa os trabalhadores afirmou que cerca de 200 colaboradores receberam comunicados de dispensa na véspera, mas o número total ainda é incerto. Representantes da Ford não foram encontrados pelo G1.
Desde maio, 160 trabalhadores do local estão de lay-off (suspensão dos contratos). Além disso, outros 59 estão afastados atualmente em banco de horas, informou o sindicato.
Com a greve, a produção será afetada pouco antes de uma paralisação já programada pela Ford entre os dias 18 de setembro e 2 de outubro para a linha de caminhões, e de 21 a 25 de setembro para a linha de carros, que monta o Fiesta.
Na unidade de Camaçari (BA), que é responsável pela produção de Ka e EcoSport, 6.800 empregados terão férias coletivas entre 14 de setembro e 2 de outubro. A medida, segundo a Ford, pretende ajustar os níveis de produção à demanda do mercado.
Crise
De janeiro a agosto, 1.730.708 veículos saíram das fábricas instaladas no Brasil, um volume 16,9% menor do que no mesmo período de 2014. A queda na produção é resultado de medidas para reduzir o volume por causa da baixa nas vendas. Os licenciamentos caíram 23,9% em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Para frear a produção, as montadoras lançam mão de medidas como férias coletivas e lay-off, que é a suspensão temporária de contratos por até 5 meses. Segundo a Anfavea, 27,4 mil funcionários de montadoras estarão em férias coletivas ou lay-off no começo de setembro.
Em agosto, a indústria automotiva empregava 134.312 pessoas, quase 10% a menos que 1 ano antes e 1% a menos que em julho. O nível de emprego no setor continua o mais baixo desde 2012, que é de quando são os dados mais antigos, e revisados, da Anfavea.
Negociações
Recentemente, duas fabricantes voltaram atrás na decisão de fazer mais demissões. AMercerdes-Benz cancelou 1.500 cortes na fábrica de São Bernardo do Campo, onde produz caminhões e ônibus.
A marca alemã foi a primeira montadora a optar pelo Plano de Proteção ao Emprego (PPE), do governo federal, que permite a redução de salários e da jornada de trabalho por até 1 ano, desde que a empresa comprove dificuldades financeiras e haja concordância dos funcionários.
A Volkswagen também desistiu de demitir 43 trabalhadores em Taubaté, onde produz o Up!, além de Gol e Voyage.