Em entrevista ao Portal Vermelho, Clemente Ganz, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, disse que nos últimos 12 meses mais de um milhão de empregos foram encerrados no país. “O ambiente da economia não gera mais empregos e não mantém os que já existem”, informou.
Para Adilson Araújo, presidente da Central de Trablhadores e Trabalhadoras do Brasil “o compromisso nacional é sair do olho do furacão”. Ele completou: “Não existe outra solução que não seja a retomada das grandes obras do PAC, Pré-sal e a Petrobras retomando os investimentos”.
Segundo ele, a instabilidade alimentada pela direita que não aceitou o resultado das eleições que reelegeram a presidenta Dilma, pode levar o país a uma profunda recessão. “E a seletividade da lava-jato tem contribuído para essa tentativa de sangrar a presidenta e ferir a democracia e o legado de conquistas no plano econômico e social que conseguimos até então”, ressaltou Adilson.
Um dos focos do documento é que a investigação da operação lava-jato possa prosseguir sem paralisar as operações das empresas referenciais para a economia brasileira, como a Petrobras. São pelo menos 29 empresas nessa situação, o que tem gerado demissões em massa.
Para Sérgio Nobre, dirigente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) o Brasil precisa crescer no mercado interno. “As obras de infraestrutura são geradoras de emprego. Daí temos a situação de a Petrobras está cortando seus investimentos 37% de imediato e com a possibilidade de reduzir em 66% os investimentos até 2020. Sozinha a Petrobras é responsável por 15% do PIB”, comparou Sérgio.
“A iniciativa do movimento pela retomada do crescimento é mostrar que o país é capaz de responder. O Brasil com tanta coisa negativa e a economia ainda não parou. É crise política, crise internacional, problemas internos e mesmo assim não paralisa. Se tiver estímulo e apontar o caminho o país retoma o rumo e a indústria vai cumprir o papel social de gerar emprego e renda”, completou Sérgio.
Para João Carlos Gonçalves, o Juruna, dirigente da Força Sindical, é preciso envolver e sensibilizar todos os atores. Os sindicalistas e representantes do Dieese tem realizado diversos encontros com associações como Anfavea, Abrinq e Abimaq, entre outras do setor industrial, e que tem demonstrado apoio aos pontos defendidos pelos sindicalistas. “Dentro do empresariado temos gente muito séria e que quer construir um país para todos”, avaliou Juruna.
Clemente também tem percebido essa sintonia entre as associações e as ideias defendidas nos encontros. “Em um curto espaço de tempo tem sido realizados encontros, conversas, temos agenda e a cada dia temos recebido ligações de adesões. A expectativa é que a divulgação das propostas aumentem as adesões”, disse.
Juruna ainda defendeu o acordo de leniência para os casos dos investigados pela operação Lava-jato. “Se algum diretor de empresa estiver envolvido ele responde individualmente para não prejudicar a tecnologia e nem os empregos que a empresa gera. Nos Estados Unidos é assim. No nosso caso várias empreiteiras ficaram paralisadas e aconteceram as demissões”, lembrou.
SERVIÇO
Lançamento do movimento para “Recuperar e fortalecer os empregos no Brasil”
Dia 3 de dezembro
Hora: 10h
Local: Centro Social Hakka Brasil (Rua São Joaquim, 460 – Liberdade) Próximo ao metrô Liberdade
Sindicalistas realizam ato dia 3 de dezembro em São Paulo e apresentam documento que propõe agenda pela retomada do crescimento com o objetivo de sensibilizar governo, empresários, instituições e sociedade civil para a causa. É o lançamento oficial do movimento para “Recuperar e Fortalecer os Empregos no Brasil”.
Fonte: O Vermelho