Um longo caminho para a igualdade

Mulheres terão que esperar 217 anos para alcançar renda dos homens e mesma representatividade no trabalho

As mulheres terão que esperar 217 anos para alcançar a mesma renda dos homens e ter o mesmo nível de representatividade nos locais de trabalho, diz uma pesquisa do Fórum Econômico Mundial que revelou o maior hiato entre gêneros em quase 10 anos.

De acordo com o levantamento, as mulheres recebem pouco mais da metade dos salários dos homens em uma diferença de 58% na renda entre os sexos. “Em 2017 nós não deveríamos estar vendo o progresso para a paridade de gêneros ter um retrocesso”, afirmou Saadia Zahidi, chefe de educação, gênero e trabalho do Fórum. “A igualdade de gênero é um imperativo moral e econômico”, crava.

Segundo ano de queda

O relatório aponta ainda que este será o segundo ano seguido de piora na desigualdade econômica. No ano passado, o Fórum informou que as mulheres atingiriam a igualdade econômica em 170 anos, contra 118 em 2015. De um modo geral, Islândia, Noruega, Finlândia, Ruanda e Suécia estão nas melhores posições do ranking. Na outra ponta aparecem Iêmen, Paquistão, Síria, Chad e Irã nos piores lugares. A educação é onde há a melhor situação, onde a igualdade poderia ser atingida em 13 anos. Em relação ao poder político, seriam, necessários outros 99 anos.

Lugar de mulher é em todo lugar

De acordo com o levantamento, embora as mulheres tenham dificuldades no mercado de trabalho, no ponto de vista de formação, elas se saem bem. “Apesar de mulheres qualificadas estarem saindo dos sistemas educacionais, a maior parte das indústrias falham na contratação, manutenção e promoção delas, perdendo uma enorme capacidade”, disse Zahidi. O relatório estima que terminar com a diferença de renda poderia acrescentar US$ 250 bilhões de Produto Interno Bruto da Grã Bretanha, US$ 1,75 trilhão aos Estados Unidos e US$ 2,5 trilhão ao PIB da China.