Aproximadamente, quatro mil trabalhadores metalúrgicos da zona oeste da capital participaram da manifestação pelo emprego e contra demissões organizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São paulo e Mogi das Cruzes na manhã desta sexta-feira. Os trabalhadores, vindos de várias fábricas da região, se concentraram em frente à Mercedes-Imec, na Avenida Jornalista Paulo Zing, no Jardim Jaraguá, e de lá fizeram uma passeata de dois quilômetros até a empresa Combustol Metalpó, na Estrada Turística do Jaraguá, onde foi realizado o ato.
O presidente do Sindicato, Miguel Torres, também presidente da Força Sindical, à frente da passeata, reafirmou que o Sindicato não vai aceitar demissões, defendeu a negociação de alternativas como saída para as dificuldades das empresas e criticou a política econômica do governo federal, de juros altos, inflação, redução do crédito, de investimentos que, segundo ele, está parando o país.
“A empresa que demitir será paralisada até reverter as demissões. Os empresários sérios devem entender esta luta e também exigir um Brasil com economia mais perene”, disse.
O presidente falou sobre a luta do Sindicato e da Força Sindical no Congresso Nacional contra as medidas provisórias 664 e 665, que tiram direitos trabalhistas, sobretudo o seguro-desemprego, neste momento de aumento do desemprego, e disse que a pressão, agora, é para que a presidente Dilma não vete a proposta da fórmula 85/95, que substitui o fator previdenciário no cálculo das aposentadorias. Essa proposta foi incluída na MP 664, que muda a regra da pensão por morte, e aprovada no Congresso.
Miguel Torres disse que “se o governo taxasse as grandes fortunas e as remessas de lucro das empresas, que giram em torno de R$ 80 bilhões, não haveria necessidade de tirar direitos pra ajustar a economia”.
Sobre o desemprego, que vem aumentando, Miguel Torres disse que o Brasil foi o último país a entrar e a sair da crise financeira de 2008, graças ao movimento sindical que atuou junto ao governo Lula e empresários. Ele lembrou que em 1982 e 1983, o Brasil tinha carestia e desemprego alto e que foi preciso organizar os desempregados para que eles pudessem voltar ao mercado de trabalho. “Isso evitou tragédias sociais, saques, vandalismo”, afirmou, acrescentando: “não queremos que a crise chegue a esse estágio, por isso temos que nos mobilizar”.
Miguel Torres também falou da vigília que a Força Sindical, o Sindicato dos Metalúrgicos e outras centrais sindicais vão fazer na segunda e terça-feira da semana que vem, em frente ao Palácio do Planalto e da Alvorada (casa da Dilma), em Brasília, para pressionar a presidente a não vetar a fórmula 85/95. “Se a Dilma vetar, a mobilização volta para o Congresso, para que os parlamentares derrubem o veto da presidente”.
O secretário-geral, Arakém, também criticou o aumento crescente dos juros e a política recessiva do governo, “que está levando o país à falência e tirando o emprego dos trabalhadores”.
Os diretores Alemão, Erlon, Ceará, Germano, Luiz Valentim, Sales, Porfírio, responsáveis por mobilizar os trabalhadores, falaram da importância da manifestação e da divulgação da luta em prol do emprego e da produção. Segundo eles, “o governo está de costas para as questões sociais, mas com militância consciente é possível mudar a situação”.
A manifestação contou também com forte apoio das diretoras Leninha, Cristina, Ester e Yara, do vice-presidente Tadeu Morais, do diretor Cláudio Prado, demais diretores e assessores do Sindicato.
O próximo ato será segunda-feira, em Mogi das Cruzes, em frente à General Motors, no bairro César de Souza.
Os links abaixo mostram as manifestações nas outras regiões
Manifestação na Zona Sul da capital
Manifestação na Zona Leste da Capital
Manifestação na Zona Norte da Capital
Manifestação em Mogi das Cruzes
.