Nesta terça, 24 de janeiro, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo/Mogi das Cruzes realizou assembleias em 70 fábricas da base, de mobilização e de protesto contra os projetos de reforma da Previdência e da legislação trabalhista do governo. A ação envolveu cerca de 35 mil trabalhadores.
O presidente do Sindicato e da CNTM, Miguel Torres, participou de quatro assembleias; a primeira, às 5h30, na Deca (zona oeste), a segunda na Prada, depois MWM e em Santo Amaro (zona sul), com trabalhadores de cinco empresas – Lumini, Fi-El Chicotes, Womer, Datti, Elesys.
Em todas as assembleias, Miguel Torres explicou porque é preciso lutar contra as reformas. “O país está passando por uma crise muito grave e grandes e maus empresários têm interesse de fazer uma limpa nos direitos, porque quando o Brasil começar a retomar seu crescimento, o lucro das empresas será muito grande, sem direitos nem encargos trabalhistas”, afirmou.
Miguel disse que o projeto de reforma trabalhista enviado pelo governo ao Congresso em dezembro passado segue a pauta da CNI (Confederação Nacional da Indústria). Ele mexe na jornada de trabalho, muda os contratos de trabalho, generaliza a terceirização, defende o negociado sobre o legislado. “Nós sempre negociamos nossas convenções coletivas ampliando benefícios e não tirando. Os empresários querem tirar e, pior, precarizar as condições de trabalho. O modelo de negociado sobre o legislado que eles querem é o da imposição, ou o trabalhador aceita ou perde o emprego”, explicou.
Propaganda enganosa
Sobre a reforma da Previdência, Miguel Torres disse que ela só interessa à indústria de previdência privada internacional e que o governo federal vem fazendo uma propaganda que é um verdadeiro “terrorismo social” contra os trabalhadores.
“A Previdência, a assistência social e a saúde fazem parte da Seguridade Social, que conta com diversas fontes de financiamento, conforme determina a Constituição. O governo tem que arrecadar impostos para este tripé, mas quando fala da Previdência, joga a culpa do rombo para os trabalhadores, que pagam a sua contribuição. Os empresários também pagam. Quem não faz a sua parte é o governo, que tira dinheiro da Previdência, mas sobre isto tudo o governo não fala”, afirmou.
Fórmula 85/95
Miguel Torres reforçou que há muitas medidas que podem ser adotadas antes de se fazer uma reforma da Previdência e defendeu a Fórmula 85/95, que está em curso. “Temos que dar tempo para ver o resultado desse sistema de aposentadoria. Não podemos entrar na pauta do governo. A reforma que defendemos é a volta das aposentadorias especiais, melhoria do acesso dos trabalhadores aos benefícios, previdenciários e trabalhistas, jornada de 40h. Queremos uma Previdência Social mais justa e igualitária. Não podemos aceitar esta discriminação”, afirmou.
O presidente falou sobre as dificuldades que o movimento sindical terá para mudar as propostas no Congresso Nacional e que “temos que ter consciência de não aceitar nem um direito a menos, resistir e reagir”.
No final das assembleias, os trabalhadores viraram de costas numa demonstração de repúdio ao governo, empresários e parlamentares.
Mais protesto nesta 4ª
As assembleias também divulgaram o ato de protesto que será realizado pelo Sindicato Nacional dos Aposentados e a Força Sindical nesta quarta, dia 25, na Rua do Carmo (centro).
Confira abaixo imagens da mobilização nas fábricas em todas as regiões da capital, em Mogi das Cruzes e região.