MAELI PRADO
DE SÃO PAULO
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior definiu ontem (10) que o multiplicador que será usado para medir quanto cada montadora terá de desconto no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) será de 1,3 a partir de 2013.
Isso que dizer que a cada R$ 1 milhão gasto pelas montadoras com peças e insumos nacionais em 2013, estas terão R$ 1,3 milhão em créditos para reduzir a tributação de IPI.
O multiplicador será usado para reduzir o imposto em até 30 pontos percentuais. Se o montante que a montadora acumular em créditos for menor, ela arcará com o restante para completar a carga do IPI.
O objetivo da medida é estimular investimentos da indústria automobilística em produção dentro do Brasil. As montadoras também poderão ter uma redução extra de mais dois pontos percentuais se investirem em tecnologia.
O regime foi incluído no pacote de competitividade para a indústria e prevê também uma fase de transição, em que empresas ainda não instaladas em território nacional acumularão créditos tributários que poderão ser descontados posteriormente.
CRÉDITO
O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Cledorvino Belini, afirmou há pouco, após participar de reunião com o ministro Guido Mantega (Fazenda), que o setor ficou satisfeito com o pacote.
“A avaliação do setor é que foi muito positivo. Confirmamos investimentos das montadoras no país de R$ 22 bilhões até 2015. Neste ano os investimentos devem começar a deslanchar, inclusive no setor de autopeças”, disse.
Segundo ele, o multiplicador de 1,3 vai atingir cada montadora de forma diferente. “Algumas terão que apertar investimentos, outras terão um pouco mais de folga. Varia de montadora para montadora”, disse.
Belini declarou que a única preocupação do setor é com o ritmo de concessões de crédito. “Com mais inadimplência, há uma restrição maior de crédito. O governo tomou nota, e está conversando com os bancos”, disse.