BC reduz juros para 9%; país deixa de ter taxa real mais alta do mundo

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu nesta quarta-feira (18) cortar a taxa básica de juros (a Selic) em 0,75 ponto percentual, indo de 9,75% para 9% ao ano.

O Brasil deixou de ter a maior taxa de juros reais do mundo, segundo levantamento feito pelo analista internacional da Apregoa.com – Cruzeiro do Sul, Jason Vieira, em colaboração com o analista de mercado da Weisul Agrícola, Thiago Davino. A Rússia agora é a campeã dos juros reais.

É a menor taxa do governo Dilma Rousseff. É também a Selic mais baixa em dois anos, desde abril de 2010, quando estava em 8,75% ao ano.

Este foi o sexto corte seguido na taxa. A série de reduções começou em agosto do ano passado, quando os juros caíram de 12,5% para 12%.

O governo tem tomado medidas para reduzir os juros diretos ao consumidor. Os bancos públicos (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) anunciaram cortes em suas taxas. Foram seguidos pelos maiores bancos privados (Bradesco e itaú divulgaram reduções nesta quarta-feira)

A preocupação com os juros é que eles dificultam o crescimento da economia. Com juros mais altos, as empresas investem menos, porque fica caro tomar empréstimos para produção, e as pessoas também reduzem seus gastos, porque o crediário fica mais caro. Essa situação deixa a economia com menos força. Reduzir os juros, ao contrário, estimula a produção e o consumo, melhorando o PIB (Produto Interno Bruto).

A taxa básica de juros orienta o restante da economia, mas há pouco impacto na vida prática de quem precisa usar o cheque especial ou cartão de crédito. Analistas dizem que essas taxas são tão altas que pequenas variações na Selic são incapazes de aliviar ou pesar no bolso no dia a dia.

Esta é a menor taxa do governo Dilma. O menor valor até então era o de janeiro deste ano, com 11,25%. Esta foi a segunda reunião do Copom no ano. A próxima mudança de juros será em 18 de abril.