BB reduz taxas de fundos em até 40%

  • Jornal da Tarde

    LEANDRO MODÉ

Os principais bancos privados do País devem seguir os passos do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal e reduzir, nas próximas semanas, as taxas de administração e/ou a aplicação mínima dos fundos de investimento de varejo. Os quatro maiores do segmento — Itaú, Bradesco, Santander e HSBC — informaram que estudam o assunto.

Se os estudos se transformarem mesmo em ações práticas, as instituições vão seguir um padrão que tem prevalecido de 2008 para cá. Os bancos cortam taxas de administração basicamente quando a taxa básica de juros (Selic) cai para níveis historicamente baixos.

É o que revela levantamento da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O trabalho mostra que 2009 foi o ano em que houve mais reduções das taxas de administração e também do valor mínimo de aplicação em fundos. Em razão do agravamento da crise financeira, 2009 foi o período em que a Selic caiu a seu nível mais baixo: 8,75%.

Hoje, o juro está em 9%, mas, no mercado, acredita-se que cairá mais nos próximos meses. Os economistas do Itaú, por exemplo, diminuíram ontem a estimativa para a Selic no fim ano para 7,75%, em comparação com 8,5% antes.

A pesquisa da Anbima mostra ainda que as mudanças nos fundos se concentram nas categorias mais populares entre os brasileiros: DI e renda fixa. São também as duas categorias mais afetadas pelo vaivém na taxa de juros, uma vez que suas carteiras são compostas, fundamentalmente, por títulos públicos atrelados à Selic.

O coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV), William Eid Júnior, avalia ser inevitável a queda das taxas de administração e/ou aplicação mínima dos fundos no País. “As taxas aqui são mais altas do que em outros países. No varejo, em média, são 60% mais altas do que nos EUA.”