“O frio agrava a situação de quem foi obrigado a morar nas ruas pelos mais diversos motivos, entre eles, o desemprego e a falta de uma renda permanente e digna.

Com esta consciência, e perante as notícias de mortes já ocasionadas pelo frio, decidimos, no âmbito do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, ir novamente às ruas.

Sempre que possível, distribuiremos alimentos a estes nossos irmãos e vamos acelerar a terceira fase de arrecadação, entre trabalhadores e empresários metalúrgicos, de agasalhos e alimentos para as entidades idôneas que apoiam comunidades carentes e a própria população em situação de rua.

Neste ano, já distribuímos cerca de 2.500 cestas básicas, o equivalente a mais de 60 mil quilos de alimentos. Estas ações solidárias emergenciais, que não são a solução definitiva para os problemas que têm origem principalmente nas históricas desigualdades sociais e econômicas do Brasil, servem no mínimo para amenizar a vida de pessoas em risco social permanente.

Buscamos também nestas ações tentar mudar os modos de pensar e agir das parcelas da sociedade que, por comodismo, conforto material, individualismo exacerbado e cegueira social, desprezam as questões sociais e esquecem que todos são filhos de Deus e merecem também melhores oportunidades, moradia, trabalho decente e uma vida saudável, digna e segura, inclusive financeiramente.

Outras mobilizações

Das lideranças políticas e dos governos federal, estaduais e municipais iremos continuar cobrando soluções contra a crise:

* auxílio emergencial de R$ 600,00 até dezembro (nenhum real a menos).
* valorização do SUS e dos profissionais da Saúde pública.
* frentes de trabalho contra o desemprego.
* passe livre no transporte público ao desempregado.
* apoio e crédito sem burocracia às micro e pequenas empresas geradoras de emprego.
* apoio às empresas afetadas pela pandemia, desde que em contrapartida mantenham e ampliem os postos de trabalho.
* propagandas mais eficientes e educativas de prevenção e combate à Covid-19.
* fim dos ataques à democracia, à soberania nacional e aos direitos trabalhistas, sindicais e sociais da classe trabalhadora.

Da classe empresarial, nas campanhas salariais, futuras ou em andamento, reivindicamos respeito às conquistas dos Acordos e Convenções Coletivas de
Trabalho, o fim das demissões e da retirada de direitos, mais benefícios e reajustes acima dos índices oficiais de inflação, para garantir o poder de compra dos salários e reconhecer o esforço de quem mesmo diante dos riscos diários de uma pandemia não abandonou a produção.

A luta não para. A luta faz a Lei!”.

Miguel Torres
Presidente da Força Sindical, da CNTM e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes