Premiê grego encontra-se com Obama amanhã nos EUA


WASHINGTON – Depois do encontro com a chanceler alemã Angela Merkel na sexta-feira, o primeiro-ministro grego George Papandreou segue para Washington amanhã para se encontrar com o presidente norte-americano Barack Obama. A ideia de Papandreou é conseguir apoio financeiro para salvar a cambaleante economia do país.Ontem o primeiro-ministro se reuniu com o presidente francês Nicolas Sarkozy, em Paris. O presidente francês prometeu que os países da zona do euro ajudarão a Grécia se seus problemas financeiros piorarem. “Se a Grécia precisar de ajuda, estaremos lá”, disse ele em uma entrevista coletiva, ontem, com o primeiro-ministro grego, George Papandreou.

Sarkozy disse ainda que conversou com a chanceler alemã, Angela Merkel, mais cedo e acrescentou que França, Alemanha e Grécia estão prontas para tomar uma ação contra especuladores. “Os principais atores no palco europeu estão decididos a fazer o que for necessário para garantir que a Grécia não fique isolada.”

Na sexta-feira, Merkel declarou apoio ao plano de ajuste da economia da Grécia, cujo primeiro-ministro assegurou em Berlim que não pediu ajuda financeira à Alemanha. “Observamos com alegria que o governo e o Parlamento gregos aprovaram novas medidas para combater a crise. Trata-se de uma tarefa extremamente difícil”, disse a chanceler.

Segundo Merkel, a ajuda financeira ainda não está em debate porque a Grécia não a solicitou e porque a estabilidade da zona do euro está garantida depois que a Grécia conseguiu lançar títulos da dívida no mercado com sucesso, embora com juros altos.

“A Grécia não pediu ajuda financeira e a estabilidade da zona do euro está assegurada”, disse Merkel, quando lhe perguntaram se a Alemanha estava disposta a ajudar financeiramente a economia grega.

Por outro lado, a alemã ofereceu apoio político a Papandreou para enfrentar os especuladores, buscando dentro da União Europeia (UE) medidas que impeçam que estes tirem proveito da situação da Grécia. “Temos de conseguir a neutralização dos especuladores”, disse Merkel, ao lado de Papandreou, depois de uma reunião de ambos em Berlim.

O primeiro-ministro grego também ressaltou que em nenhum momento a Grécia pediu ajuda econômica à Alemanha para combater a crise. Segundo Papandreou, o apoio que espera de seus parceiros europeus neste momento é, antes de tudo, político e moral.

Nesse contexto, Merkel e Papandreou concordaram na criação de uma comissão governamental greco-alemã que deverá apoiar a modernização da Grécia em diversos campos, como proteção ao clima e ao meio ambiente, política energética, desenvolvimento científico e política de imigração.

Segundo Merkel, o apoio à modernização da Grécia nesses campos é também uma contribuição para a luta contra a crise, na medida em que contribui para aumentar a confiança dos mercados financeiros.

“Berlim e Atenas precisam evitar retóricas negativas enquanto cooperam para tirar o governo da Grécia da crise orçamentária”, disse Merkel. “Nós devemos permanecer ao lado da Grécia, dispostos a ajudar e não encorajar complicações.”

Merkel afirmou que o plano de austeridade do governo de Papandreou divulgado na quarta-feira deve ser revisado pela Comissão Europeia, pelo Banco Central Europeu e pelo Fundo Monetário Internacional. “As três instituições têm afirmado que o plano de austeridade é um passo magnífico”, disse Merkel. “Nós reconhecemos isso também”, acrescentou.

Parlamento e greve

Enquanto Papandreou se reunia com Merkel, o parlamento grego aprovava o pacote de austeridade fiscal de 4,8 bilhões de euros anunciado pelo governo daquele país na quarta-feira passada. A votação ocorreu depois de seis horas de debates acalorados.

O pacote foi aprovado por voto aberto na Câmara de 300 membros, da qual o partido socialista, que governa o país, controla uma maioria de 160 assentos. Mais cedo, o partido comunista retirara-se do debate em protesto contra as medidas.

Fora do Parlamento, 4 mil manifestantes se reuniram em um comício realizado pelo sindicato Pame. Outro protesto, organizado pelas duas maiores centrais sindicais do país, o GSEE, do setor privado, e o Adedy, do setor público, estava marcado para ser feito em frente ao Parlamento.

Durante um pronunciamento antes do início do debate sobre o pacote, o ministro de Finanças da Grécia reconheceu que o descontentamento demosntrado pelo público é compreensível.

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