Eric Fujita
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Uma negociação entre as centrais sindicais e empresários poderá resultar na redução da jornada, sem corte nos salários, de 44 para 42 horas semanais, aos trabalhadores de todo o país. Caso um acordo seja fechado, essa diminuição ocorrerá de forma gradativa, até 2012. A finalidade é garantir ainda neste ano a votação do projeto de lei que prevê essa medida, em tramitação na Câmara dos Deputados.
A proposta que prevê a nova jornada foi apresentada na semana passada pelo presidente da Câmara, deputado federal Michel Temer (PMDB-SP), num esforço de buscar meio termo entre trabalhadores e empresários. Estes últimos defendem a atual jornada de 44 horas. O projeto, em análise no Legislativo, estabelece 40 horas de trabalho por semana, como defendem os sindicalistas.
O assunto foi discutido ontem, durante a inauguração da nova sede da Força Sindical, na Liberdade (região central). A ideia de Temer é conceder essa redução a cada ano. Em 2011, a jornada passaria a ser de 43 horas semanais e, em 2012, para 42 horas semanais.
Se o consenso for fechado entre as partes, Temer encaminhará uma emenda ao atual projeto com todas essas mudanças. Na prática, a sinalização de uma negociação por parte das entidades sindicais representa um recuo delas na questão.
“Achamos viável aprová-la para abrir um espaço e chegar à nossa reivindicação nos próximos anos”, adiantou o presidente da Força Sindical, o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP).
O líder do Governo na Câmara, deputado federal Candido Vaccarezza (PT-SP), disse que está empenhado nesse acordo. “Se isso acontecer, podemos votar o projeto rapidamente.”