Estes números poderiam ter sido evitados se tivéssemos um governo responsável e atuante para lidar com esta imensa tragédia. Mas o que podemos esperar de um presidente da República que ignorou a pandemia, desde o seu início?
O que esperar de um presidente que deixou o Ministério da Saúde durante meses sem ministro, não investe em programas sociais e diante da apresentação dos números de mortes usou despudoradamente as expressões “e daí?” e “vida que segue”? E, como não bastasse participa de eventos causando aglomeração e não tomando os devidos cuidados para evitar a disseminação do vírus da Covid-19.
Nós cidadãos não podemos, com conhecimento crítico, seguir os péssimos exemplos deste governo nem abandonar as práticas de prevenção recomendadas e o uso de máscaras.
Vamos continuar a luta pelo auxílio emergencial enquanto durar a pandemia, sem ceder à chantagem do Governo Bolsonaro que propõe, em troca de um auxílio com um valor reduzido a 40%, para menos da metade dos beneficiários e por poucos meses, aprovar mudanças constitucionais que destroem as políticas sociais de saúde e educação, que promovem brutal desmonte do financiamento do orçamento público e um violento arrocho salarial sobre os servidores públicos e aposentados.
A manutenção do auxílio emergencial é parte essencial da resistência às dramáticas consequências da pandemia sanitária e isso foi comprovado por estudos, por pesquisas e, sobretudo, pela prática do cotidiano, mas sua manutenção deve estar articulada a uma política geral de vacinação universal realizada pelo Plano Nacional de Imunização do SUS. Auxílio emergencial e vacinas são políticas essenciais que devem estar conectadas às políticas econômicas e sociais.
Miguel Torres
Presidente da Força Sindical, da CNTM e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes