Gutiérrez, da Alacero: atividades dos usuários de aço impulsiona produção
Os desafios de exportar para um mercado global já saturado, com preços deprimidos e marcado por práticas comerciais predatórias, e a busca de melhorias de competitividade para evitar os riscos da desindustrialização são os principais focos do 23º Congresso Brasileiro do Aço, que reúne autoridades e especialistas nacionais e internacionais de hoje a quinta-feira, em São Paulo.
Uma das estrelas do evento é Raghuram Rajan, ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), professor de finanças no Booth School of Business da Universidade de Chicago, e autor do livro “Fault Lines: How Hidden Fractures Still Threaten the World Economy”. Rajan participará dos debates sobre a situação da economia mundial. Também deverá estar presente a ministra Izabella Teixeira, do Meio Ambiente, que debaterá com o ex-ministro Delfim Neto e o diretor-geral da V&M do Brasil, Alexandre Lyra, o tema “Economia Verde, desafios e oportunidades”. “A palavra-chave é competitividade”, resume Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do Instituto Aço Brasil.
As discussões em torno da indústria mundial do aço terão a participação do diretor-geral da World Steel Association, Edwin Basson, do presidente da Steel Manufactures Association, Thomas A. Danjczek, e do presidente da Associação Latino-americana do Aço (Alacero), Raul Gutiérrez.
Para o presidente da Alacero, a o consumo do aço deve crescer 6,3% este ano e 6% em 2013. Em abril de 2012, os países latino-americanos produziram 6,1 mil toneladas de aço bruto, 5% a mais que no mesmo mês 2011, devido ao crescimento de 3,3 mil toneladas da produção brasileira. Os números estão sendo impulsionados pelos altos níveis de atividades dos setores usuários do aço e pelos planos de investimento em infraestrutura e construção na maioria dos países, adianta o executivo.
O painel Desindustrialização no Brasil: como reverter o processo”, com a coordenação do presidente do Aço Brasil, reunirá Luiz Aubert Neto, presidente da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical, além de Júlio Sérgio Gomes de Almeida, diretor-executivo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI). Para Lopes, a discussão durante o Congresso passa pela avaliação da necessidade do mercado interno crescer, e também pelos estímulos fundamentais para essa expansão.