Por que apoio a greve dos caminhoneiros

Argumentos e motivos não faltam. Mas nunca é demais expressar porque apoio a legítima greve dos caminhoneiros. A categoria anuncia que vai parar em 1º de novembro. Vamos apoiar com entusiasmo militante esse movimento.

Miguel Torres

Vamos às devidas explicações: com os sucessivos aumentos, os preços dos combustíveis, até o momento, já tiveram alta acumulada da gasolina de 74% e o diesel 65%. É possível suportar isto? De jeito nenhum.

Tem mais: “O impacto sobre os preços promove a carestia, como no caso do botijão de gás que custa em torno de R$ 100. A inflação anual já beira os 10%”, explica a nota das centrais, que a Força Sindical assinou na última quinta-feira (28).

É preciso mais explicações? Não!

Diante destes números, nenhum brasileiro ou brasileira, com bom senso, pode ser contra a greve dos caminhoneiros. A propósito, não pode ser contra greve alguma.

Num quadro econômico e social como esse que atravessa o Brasil, nenhuma greve será ilegítima. Ao contrário. Por isso, expresso meu irrestrito apoio à greve desta brava categoria de trabalhadores.

Com Bolsonaro na Presidência da República, o Brasil mergulhou no fundo do poço. Ele agravou o severo arrocho que o ex-presidente Michel Temer (2016-2018) impôs ao povo brasileiro após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016.

Nada de positivo devemos esperar do chefe do Poder Executivo, que ora ocupa o Palácio do Planalto. Ele é o responsável direto e reto de toda essa crise porque passa o Brasil, que afeta, sobretudo, a população mais carente.

Vamos acumular forças
O que é do perverso presidente da República está guardado.

Em 2022, nós trabalhadores vamos dar rotundo grito de liberdade derrotando Bolsonaro e essa política anti-povo nas urnas.

Para essa situação toda mudar precisamos mais que derrotar Bolsonaro. Precisamos eleger novo Congresso, com deputados e senadores comprometidos com mudanças de fato. Não essas que o mercado apresenta e que só atendem aos interesses dos donos da bufunfa.

Por isso que devemos compreender a profundidade da crise, a fim de superá-la de fato. Não adianta votar num candidato a presidente da República comprometido com a democracia e o povo, se votar em candidatos a deputado e senador que apoiam a agenda neoliberal.

Atentemos, todos, para esse detalhe!

Há mais motivos para apoiar a greve
Com Bolsonaro, o Brasil voltou ao mapa da fome.

A insegurança alimentar quase dobrou, segundo FAO, ONU e OMS. Para se ter noção da gravidade, entre 2018 e 2020, a fome atingiu 7,5 milhões de brasileiros. Já entre 2014 e 2016, esse número era bem menor: 3,9 milhões. Estes dados são de julho deste ano.

Em um País arrasado pelo governo Bolsonaro, a falta de renda atinge em cheio mais de 14 milhões de desempregados. Na Nação que já celebrou a redução da miséria, falta até mesmo esperança em dias melhores.

Já são 49,6 milhões de brasileiros em situação de insegurança alimentar moderada ou grave. Desde o ano passado, a pandemia ajudou a agravar o cenário, mas fica o questionamento: o que fez Bolsonaro para reduzir tais danos?

Lembremos, pois, que o capitão-presidente e o ministro da Economia, Paulo Guedes, tinham o objetivo de oferecer apenas R$ 200 aos brasileiros no início da crise sanitária. Foi o Congresso Nacional que batalhou e garantiu o auxílio emergencial de R$ 600, com nosso apoio irrestrito e intensa participação.

Por tudo isso, apoiamos a greve dos caminhoneiros. E você? A Luta faz Lei!

Miguel Torres

Presidente da Força Sindical, da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) e do Sindicato do Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes.

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