Cerca de 16 milhões serão exigidos em economias avançadas. Haverá excesso
de até 95 milhões de trabalhadores com baixa qualificação.
Se o momento atual da economia já exige que empresas abusem da criatividade para achar e manter profissionais qualificados, uma pesquisa do McKinsey Global Institute aponta que a situação deve se agravar nas próximas décadas.
Baseado nas tendências atuais, o instituto projeta que, até 2020, a economia mundial vai enfrentar uma falta de até 40 milhões de trabalhadores com nível superior, o que representa 13% da demanda por esses profissionais. Cerca de 16 milhões serão exigidos em economias avançadas, que já sofrem com o envelhecimento da população.
Em países em desenvolvimento, a criação de novas vagas na indústria e no setor de serviços exigirá 45 milhões de profissionais com ensino médio a mais do que o disponível, o que representa 15% da demanda. Desse número, 13 milhões irão faltar apenas na Índia.
Ao mesmo tempo, haverá um excesso de até 95 milhões de trabalhadores com baixa qualificação em todo o mundo em relação às vagas disponíveis, cerca de 10% do total. Em economias desenvolvidas, isso significa até 35 milhões de profissionais sem curso superior a mais do que o demandado pelos empregadores.
Nos países em desenvolvimento, os trabalhadores pouco qualificados nem ao menos chegam ao ensino médio. Nesse caso, as economias precisarão lidar com até 58 milhões de pessoas a mais do que a demanda por esse tipo de profissional.
Até 2030, a estimativa é que a taxa de crescimento anual da população economicamente ativa cairá de 1,4% para 1%. Em países como o Brasil a previsão é que esse número não passe de 0,6% e até mesmo a China deve ver a taxa cair pela metade, para 0,5%. Junto a números cada vez maiores de aposentados deixando a força de trabalho, que devem somar 360 milhões, a situação deve promover mudanças no cenário mundial e desafios para a maioria dos países.
A China deve ser substituída pela Índia e outras economias emergentes do sul da Ásia e da África como a principal fonte de trabalhadores no mercado mundial. Dos 600 milhões de pessoas que irão se unir aos 2,9 bilhões na força de trabalho global atual, a pesquisa estima que 60% terão origem nesses países. Ao mesmo tempo, a China vai assumir outro papel no cenário global: o de maior fornecedor de profissionais com educação superior. Junto com a Índia, será responsável por 57% dos novos trabalhadores com curso superior até 2030. Ainda assim, a demanda será maior do que as estimativas de crescimento. Só na China, a previsão é que faltarão 23 milhões de profissionais qualificados em 2020.