Às vezes é preciso gritar forte contra a falta de sensibilidade social do governo. A meta aprovada na Câmara Federal de investimento de 10% do PIB no setor educacional, a ser atingida no prazo de dez anos, representa sim uma grande esperança de o Brasil deixar de ser apenas uma promessa e tornar-se realmente uma nação desenvolvida.
Mas, conforme declarações dos ministros Mantega e Mercadante, de que respectivamente esta meta “pode quebrar a economia” ou é “tarefa política difícil de ser executada”, parece que o governo prefere manter-se na retranca, apático, esperando a crise atacar e levar-nos ao abismo.
Este discurso de que tudo coloca em risco a “solidez” fiscal do País já deu o que tinha que dar. Temos que acelerar urgentemente o desenvolvimento econômico nacional, com uma dedicação especial e estratégica para as áreas sociais e, portanto, para a educação.
Precisamos ir para o ataque, para acabar com a herança maldita do analfabetismo, valorizar professores, melhorar as condições de trabalho no setor, fortalecer o ensino público e tornar o conhecimento acessível a todos os segmentos da população.
Vale lembrar que em 2010, divulgamos um “Projeto de Desenvolvimento com Soberania, Democracia e Valorização do Trabalho” com propostas para um Brasil justo e produtivo. Entre elas: a defesa da Educação e da Qualificação Profissional.
Neste ano, o “Grito de Alerta em defesa da produção e do emprego” também clamou por Educação de qualidade, para a construção de uma nação próspera, com oportunidade para todos.
Esperamos, então, que o Senado também aprove a meta de investimento de 10% do PIB para a educação e que a presidenta Dilma sancione a decisão do Congresso.
Miguel Torres
Presidente da Força Sindical, CNTM e Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo