Para o Brasil voltar a crescer a taxas substanciais de forma a priorizar a produção e o trabalho, o governo terá de lançar mão de algumas medidas econômicas e sociais para tirar o País do marasmo econômico.
Primeiro, manter o estímulo ao consumo das famílias porque é o que ainda mantém o PIB positivo. Em segundo, terá de tomar uma medida drástica e o movimento sindical poderá jogar um papel de destaque neste sentido. Vai precisar mudar o modelo econômico.
Nada melhor do que aproveitar o momento de crise estrutural para tomar esta decisão, como já foi proposto pelas centrais sindicais. A presidente Dilma Rousseff precisa ser convencida a fazer do Estado o motor do desenvolvimento, investindo em grandes obras de infraestrutura.
Ao mesmo tempo, o governo vai precisar oferecer linhas de crédito a juros baixos para os empresários desengavetarem seus projetos de investimento no parque fabril. Terceiro: nada disso trará resultados positivos, no caso de o governo brasileiro seguir a receita de austeridade fiscal aplicada pelos estados europeus.
Estes governos cortaram gastos e suprimiram direitos trabalhistas, mas aprofundaram a crise social. O Brasil, ao contrário, mostrou ao mundo que crise se combate com o desenvolvimento, valorização do trabalho, da renda e da produção.
Como ocorreu no fim de 2008, quando explodiu a crise financeira nos Estados Unidos. Na época, em negociação com o governo, as centrais sindicais apresentaram um elenco de propostas para enfrentar a crise.
Entre outras, apontou-se a redução ou corte de impostos sobre produtos de consumo popular, redução dos juros, crédito abundante para o povo e empresas e a manutenção da política de aumento real para o salário mínimo.
Miguel Torres
Presidente do Sindicato, CNTM e Força Sindical