Mulheres metalúrgicas debatem a participação na política

Fotos Iugo Koyama

Leninha fala para as mulheres

Cento e duas trabalhadoras metalúrgicas participaram, na tarde de sexta-feira (27), do 4º Coletivo de Mulheres do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi, no Palácio do Trabalhador. Dezenas delas participaram pela primeira vez do encontro, enquanto as demais participam desde o 1º coletivo.

O encontro teve como tema “A inclusão das mulheres nos espaços de poder – Desafios para as mulheres na política”, e foi aberto pela diretora Leninha, coordenadora do Departamento da Mulher do Sindicato, pela diretora financeira Elza Costa Pereira e pelo secretário-geral Arakém, que falou em nome do presidente Miguel Torres para quem, o encontro é uma oportunidade de fortalecer a luta da mulher trabalhadora pela igualdade e por seus direitos.


Secretário-geral Arakém

“É importante as mulheres se organizarem. A mulher aumenta, a cada dia, sua participação na vida do país, contribui para o seu crescimento e precisa ter participação mais ativa na política”, disse Arakém.

A diretora Elza lembrou que o Sindicato tem, atualmente, quatro mulheres assessoras da diretoria, mas tem 38 diretores dos quais apenas duas são mulheres. “Temos um espaço aberto que precisa ser ocupado pelas mulheres. Vivemos num mundo muito voltado para os homens. Só há pouco tempo as mulheres começaram a ocupar cargos de direção nas empresas. Precisamos ocupar espaço na política, começando pela nossa casa, pois a política está inserida nas nossas vidas”, disse Elza.


Diretora Elza

A palestra, ministrada pela supervisora técnica do Dieese Eliana Elias, questionou por que, mesmo sendo mais da metade do eleitorado brasileiro, tendo maior nível de escolaridade, representando mais da metade da população e com todos os direitos civis, as mulheres estão sub-representadas em todas as esferas e espaços de poder e de decisão?

De acordo com dados apresentados pela técnica, as mulheres são a maioria da população, têm o poder de decidir uma eleição, e mesmo tendo ampliado sua presença no mercado de trabalho, continuam recebendo menos que os homens, ocupam menos cargos de chefia que os homens e estão ausentes da criação das políticas públicas e da legislação.


Palestrante Eliana Elias

“Há poder na mão das mulheres, mas não há empoderamento”, afirmou Eliana Elias. Ela lembrou que só em 1932 as mulheres conquistaram o direito de votar; em 1990, foi eleita a primeira mulher senadora; em 1994, a primeira governadora; em 2010, a primeira presidenta da República (Dilma Rousseff). A política de cotas, segundo Eliana, instituída em 1995, impulsionou a ocupação da mulher de espaços na vida política. Atualmente, os partidos têm que reservar, no mínimo, 30% das vagas de candidaturas para mulheres.


Taís, da OficinaMetalCUltural

Teatro e momento mulher
O final do encontro foi reservado para o “momento mulher”, uma performance da Oficina MetaCultural, parceira cultural do Sindicato que oferece, gratuitamente, cursos de teatro, dança, canto e música (confira no blog http://oficinametacultural.wordpress.com), e houve o sorteio de quatro kits com produtos de beleza e limpeza de pele.

“A cada encontro estamos ampliando o número de participantes e discutindo temas que despertam o interesse das mulheres, e que estão sendo levados para as fábricas”, disse Leninha, coordenadora do Departamento da Mulher.

O 4º Coletivo de Mulheres contou com o apoio e participação de diretores, coordenadores e assessores do Sindicato, que trabalharam para trazer as companheiras para o sucesso deste evento.


Dinâmica com corda encena representação/disputa na luta da vida

Mulheres cantam com o professor da Oficina Metalcultural Carlinhos Pessoa