GENEBRA (Notícias da OIT) – A Diretora do Departamento para a Igualdade de Gênero da OIT afirmou que os progressos alcançados recentemente em diversos países em favor da promoção de um maior número de mulheres em altos cargos políticos são “uma boa notícia para o mundo do trabalho”.
“Mais mulheres na política significa que a igualdade de gênero está penetrando na mente dos eleitores”, declarou Jane Hodges, ao comentar os recentes eventos que conduziram à nomeação ou eleição de mulheres para altos cargos políticos em diversos países.
Estes progressos compreendem – entre outros – a vigência da paridade de gênero no governo francês e a nomeação da primeira mulher como Presidenta da Comissão da União Africana.
“Os países ocidentais não necessariamente lideram a promoção da igualdade de gênero em nível político”, acrescentou Jane Hodges, ao destacar que um países da África, Ruanda, alcançou de fato a paridade mulheres-homens no Parlamento já em 2003. Na atualidade, a África conta com duas mulheres chefes de Estados na Libéria e Malawi.
No entanto, mesmo quando as mulheres ocupam altos cargos políticos, podem receber um tratamento injusto. Por exemplo, as mulheres geralmente devem enfrentar um juízo mais severo sobre sua atuação, inclusive sobre detalhes como o modo como se vestem.
O mundo do trabalho pode fazer mais
Além disso, é possível realizar maiores esforços para melhorar a igualdade de gênero inclusive no mundo do trabalho.
Jane Hodges referiu-se especificamente às principais conclusões de um estudo intitulado Gender balance in the International Labour Conference que acaba de ser publicado sobre a representação de mulheres e homens na Conferência Internacional do Trabalho (CIT), a reunião anual da OIT que congrega mais de 3.000 delegados de governos, trabalhadores e empregadores.
As estatísticas recolhidas entre 2006 e 2012 mostram que o número de mulheres participantes da CIT diminuiu de 28,5 por cento em 2009 para 26,9 por cento em 2012.
O estudo também analisa os ministros de governos que falaram na sessão plenária da CIT. Mostra que 24,8 por cento dos oradores entre os ministros eram mulheres, em comparação com 29,3 por cento do ano anterior.
A OIT, baseando-se neste déficit de gênero que resulta problemático para todos seus constituintes, decidiu começar a identificar iniciativa de boas práticas nos governos que têm ao menos 50 por cento de mulheres em suas delegações.
Estas práticas serão compartilhadas com o objetivo de deter a tendência atual.
“A eleição ou nomeação de mulheres, seja nos negócios ou na política, geralmente recebe muita atenção dos meios de comunicação. De maneira que uma maior igualdade de gênero nestes âmbitos envia um sinal muito forte a toda a comunidade. Qualquer passo à frente nos ajudará a promover o trabalho decente e a empoderar as mulheres em todos os níveis”, concluiu Jane Hodges.