Setor produtivo prevê geração de 1,5 milhão de vagas formais em 2010


da Folha Online

O setor produtivo está otimista com a economia brasileira, aponta o Sensor Econômico do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgado nesta quinta-feira. Apesar disso, a previsão para a geração de empregos formais neste ano apresentada pela pesquisa ainda fica abaixo da anunciada pelo governo.

As entidades ouvidas pelo Ipea projetam criação de 1,5 milhão de vagas com carteira assinada em 2010, abaixo dos 2 milhões divulgados pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi, desde o início do ano –o que representaria o melhor desempenho da história.

Em 2009, foram criadas 995.110 vagas com carteira assinada, o pior saldo desde 2003, quando foi registrada a geração de 645.433 vagas. O número do ano passado foi bastante afetado pelas demissões provocadas pela crise financeira global.

O Sensor do Ipea mostra ainda que o setor espera crescimento de 5,2% no PIB (Produto Interno Bruto) neste ano, depois da leve retração registrada no ano passado, de 0,2%. Para o investimento produtivo, a chamada Formação Bruta de Capital Fixo, a previsão é de uma taxa de 12,1%.

A pesquisa aponta também uma projeção de inflação sob controle neste ano, com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do país, em 4,7%. O número é levemente maior que o centro da meta do governo, de 4,5% –a meta fica entre 2,5% e 6,5%.

O controle de preços, porém, será acompanhado por um aumento na taxa básica de juros do país, a Selic, atualmente em 8,75%. A previsão das entidades é de que a Selic termine o ano em 10,28% (mediana). A taxa é utilizada pelo Banco Central como forma de conter a inflação no país, mantendo-a dentro da meta.

Comércio exterior

Para a balança comercial, a previsão do setor produtivo é um superavit de US$ 15 bilhões, bem abaixo dos US$ 25,348 bilhões de 2009. O saldo seria resultado de exportações de US$ 170 bilhões e de importações de US$ 155 bilhões.

A previsão de saldo comercial menor neste ano é consenso no mercado, e ocorreria, de acordo com analistas, por conta de um aumento nas importações, com o reaquecimento da economia brasileira e o real valorizado, e um ritmo menor de crescimento das exportações, ainda afetadas pela recuperação lenta das economias desenvolvidas.

A projeção do setor produtivo para a taxa de câmbio ao final de 2010 é de R$ 1,89 por dólar.