Música e Trabalho: É tudo um real (Pedro Luís e A Parede)

É tudo um real
(Composição: Pedro Luís e Rodrigo Maranhão/1999)
Intérprete: Pedro Luis e A Parede

Um real aí, é um real
Um real aí
É um real, aí é um real
Um real

Eu vendo pilha, bateria, fita-cassete, biscoito
Paçoca, doce-de-abobora
Doce-de-coco, rádio-relógio
Despertador do sono
Não vendo é sonho
Mas pode pedir
Se não tenho
Sei quem terá
Vendo pano pra cortina
Vendo verso, vendo rima
Carta pro rapaz e carta pra menina
Eu vendo provas de amores
Por minha poesia e fantasia
Quanto vai pagar?

Um real aí é um real
Um real aí
É um real aí é um real
Um real

Eu vendo pilha, bateria, fita-cassete, biscoito
Paçoca, doce-de-abobora
Doce-de-coco, rádio-relógio
Despertador de sono
Não vendo é sonho
Mas pode pedir
Se não tenho
Sei quem terá
Vendo pano pra cortina
Vendo verso, vendo rima
Carta pro rapaz e carta pra menina
Eu vendo provas de amores
Por minha poesia e fantasia
Quanto vai pagar?

Um real aí é um real
Um real aí
É um real aí é um real
Um real

Com quantos reais se faz uma realidade
Preciso muito sonho pra sobreviver numa cidade
Grande jogo de cintura
Entre estar esperto e ser honesto
Há um resto que não é pouca bobagem

Oh oh oh oh. Oh oh oh

Eu vendo pilha, bateria, fita-cassete, biscoito
Paçoca, doce-de-abobora
Doce-de-coco, rádio-relógio
Despertador de sono
Não vendo é sonho
Mas pode pedir
Se não tenho
Sei quem terá
Vendo pano pra cortina
Vendo verso, vendo rima
Carta pro rapaz e carta pra menina
Eu vendo provas de amores
Por minha poesia e fantasia
Quanto vai pagar?

Um real aí é um real
Um real aí
É um real aí é um real
Um real

Com quantos reais se faz uma realidade
Preciso muito sonho pra sobreviver numa cidade
Grande jogo de cintura
Entre estar esperto e ser honesto
Há um resto que não é pouca bobagem

Água, limão, chocolate é um real, vai!
Água, limão, chocolate é um real, vai!
Água, limão, chocolate é um real, vai!
Água, limão, chocolate é um real, vai!

Produção em série é um conceito que ultrapassou os limites do fordismo, da linha de produção industrial, e que alcança um sentido mais geral sobre o que o mundo capitalista se tornou. Tudo se produz aos montes.

Objetos efêmeros e baratos que preenchem o instante, mas não a vida. Essa padronização massificada que marca nosso tempo é expressa não apenas na letra, mas no ritmo repetitivo da música “É tudo um real”.

A música também fala de seu tempo. Quando foi lançada, em 1999, o Real, criado em 1994, ainda era uma novidade. A estabilidade que o Plano proporcionou animou o comércio popular.

Por outro lado, aquele foi um período de aumento da informalidade. “É tudo um real” ressalta as duas coisas: o Plano Real e a informalidade em um mundo massificado à parte de “um resto que não é pouca bobagem”.

Fonte: Centro de Memória Sindical