Com 2012 quase encerrado (sem, espero, o fim do mundo asteca) já se pode fazer um balanço sindical de um período difícil, mas de grande realização: a média dos aumentos reais de salário conquistados pelo movimento sindical durante o ano foi superior ao crescimento do PIB no mesmo período e até mesmo garantiu que ele não fosse ainda menor ou negativo.
Vamos pensar no ano que vem.
Os problemas a serem enfrentados são estruturais e existem há muito tempo. As soluções continuarão conjunturais, circunstanciais e ad hoc e exigirão pressa em suas realizações.
O rentismo, a bancolândia privada, que tem sofrido derrotas (veja-se a queda dos juros e a diminuição do peso da intermediação financeira no PIB), continuará forte e amplificado pela grande imprensa. Ele procura nos confundir sobre a conjuntura real e nossos desafios; quer a regressão quando aponta dificuldades, para travar ainda mais o crescimento. Joga contra os trabalhadores e o povo.
Nas questões socioeconômicas não haverá uma solução radical e definitiva – não há bala de prata –, mas um continuado esforço de arbitragens sucessivas levando-se em conta a correlação de forças entre o bloco desenvolvimentista (que tem suas contradições internas de classe e de interesses setoriais, veja-se, por exemplo, a plataforma da CNI – Confederação Nacional da Indústria) e o bloco rentista (ideológica e operativamente forte na mídia, na oposição e incrustado no governo).
Para o movimento sindical como um todo e para os trabalhadores representados por ele o ano de 2013 precederá, não apenas no calendário, o ano de 2014, ano eleitoral. A unidade de ação e a defesa intransigente da plataforma dos trabalhadores, aprovada na Conclat do Pacaembu e atualizada, deverá orientar nossas ações imediatas. Nosso “estilo” deve-se adaptar às necessidades revivendo a velha distinção comunista alemã entre as lutas de contato e as lutas de ruptura, conjugando negociações e manifestações unitárias, sempre com ideias claras.
Feliz 2013!
Por João Guilherme Vargas Netto