Até para organizar o carnaval o trabalhador precisa se sacrificar e é atormentado pela insegurança sobre a qualidade de seu trabalho.
A música de Crioulo, que resgata o samba raiz forjado no lamento do povo pobre, fala sobre a opressão do trabalhador no mundo capitalista.
A repetição dos elementos da vida cotidiana enfatiza a inescapabilidade de suas responsabilidades, mas a persistência do desejo de se fantasiar e desfilar sugere que a criatividade e a resistência estão enraizadas nas classes populares.
Oprimido pelas contas, pela disputa e pelo sacrifício constante, entretanto, o trabalhador tem, cada vez mais, sua subjetividade sequestrada pelo espírito do capitalismo.
Quatro da manhã
(Composição: Kleber Cavalcante Gomes/2014)
Intérprete: Criolo
Às quatro da manhã ele acordou
Tomou café sem pão
E foi à rua
Por o bloco pra desfilar
Atravessou o morro
E do outro lado da nação
Ficou com medo ao ver
Que seu bloco talvez não pudesse agradar
As contas a pagar
Fila pra pegar
Senha pra rasgar
Fantasia
As contas a pagar
Fila pra pegar
Senha pra rasgar
Fantasia
Às quatro da manhã ele acordou
Tomou café sem pão
E foi à rua
Por o bloco pra desfilar
Atravessou o morro
E do outro lado da nação
Ficou com medo ao ver
Que seu bloco talvez não pudesse agradar
As contas a pagar
Fila pra pegar
Senha pra rasgar
Fantasia
As contas a pagar
Fila pra pegar
Senha pra rasgar
Fantasia
Que às quatro da manhã ele bordou sem pão
E junto a estandarte
Pôs a alma pra lavar
Atravessou o morro
E do outro lado da nação
Levou um susto ao ver
O povo que não tem
Que se preocupar
Com as contas a pagar
Fila pra pegar
Senha pra rasgar
Fantasia
As contas a pagar
Fila pra pegar
Senha pra rasgar
Fantasia
Fonte: Centro de Memória Sindical